“Eu tenho problemas com as coisas boas que escrevem sobre o Pearl Jam. Aliás, eu tenho problemas com tudo... Gostaria de nunca ter aparecido na MTV, cara. Me sinto um bobo tendo de falar sobre a banda o tempo todo.
Eddie Vedder
Discaço, frequentemente envolvido em uma desnecessária disputa com o "Nevermind" do Nirvana, que além de não levar a nada, invariavelmente tende a fazer-se tentar depreciar um em nome do outro. Particularmente prefiro o "Nevermind" por considerá-lo fundamental num contexto muito mais abrangente, mas o que não invalida em nada minha grande admiração por este disco que é, inegavelmente, junto com a obra-prima de Kurt, o grande expoente da geração Seattle além de um dos mais importantes dos anos 90 e desde seu lançamento, já um dos importantes da história do rock.
"Ten" , disco de estreia do Pearl Jam, apresentava-nos uma banda forte, com ímpeto, peso, energia, e agressividade, porém ao mesmo tempo melódica e sensível, com composições bem constituídas e interpretações poderosas e envolventes de Eddie Vedder, seu vocalista e letrista, um tipo extremamente carismático e cativante, apesar de sua personalidade difícil e instável.
No disco, após a breve prelúdio quase instrumental (pois tem algum murmúrios ao fundo) uma linha de baixo bem grave e sinuosa introduz à violenta "Once" que com sua letra forte e vocal furioso começa a dizer a que veio o álbum. "Even Flow" que a segue, é outra pedrada com sua levada pesada e poderosa; "Alive" o grande sucesso da banda, traz um riff inicial envolvente e melodioso, um refrão marcante interpretado de maneira extraordinária por Vedder e um empolgante solo final . "Black", de início lento, de um desenvolvimento crescente, é outra em que Vedder usa todo seu talento vocal e acaba por trazer-nos outra interpretação memorável culminando num final emocionante. Outra das boas do disco, "Jeremy" , é mais uma paulada, igualmente impactante tanto em música quanto em letra, totalmente oportuna nos dias de hoje quando se fala tanto em bullying.
A balada "Oceans" alivia sonoramente e apresenta uma canção lenta de característica quase acústica; "Deep" é fodona; a boa "Garden" também é um destaque e a longa "Release" com seu andar arrastado e denso encerra a obra trazendo no rastro a repetição da vinheta inicial, "Master/Slave", que fecha o disco da mesma forma que abriu: lenta e sombriamente.
Uma vez vi o Pearl Jam ao vivo só porque não tinha nada melhor para fazer. Porto Alegre tinha naquele momento um vazio de shows bons e quando pintou o Pearl Jam por lá achei que seia um bom programa. Na época nem curtia muito o som dos caras, conhecia "Alive" e "Even Flow" acahva legal mas... era isso. Mas depois daquela apresentação inesquecível passei a respeitar muito mais a banda e admirar o som dos caras. Grande banda e um dos maiores shows de rock que já fui na vida.
**********************
FAIXAS:
1. "Once" 3:51
2. "Even Flow" 4:53
3. "Alive" 5:40
4. "Why Go" 3:19
5. "Black" 5:44
6. "Jeremy" 5:18
7. "Oceans" 2:41
8. "Porch" 3:30
9. "Garden" 4:59
10. "Deep" 4:18
11. "Release" 9:05
***********************
Ouça:
Pearl Jam Ten
Cly Reis