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sexta-feira, 20 de março de 2009

Siouxsie & the Banshees "Nocturne" (1983)


"Siouxsie and the Banshees 
é uma das poucas bandas 
que se pode recomendar
 toda a discografia."
Kid Vinil



Vim ouvindo no carro entusiasmadamente o "Nocturne", álbum ao vivo da Siouxsie & the Banshees.
Cara, o que é aquele álbum?
Gravado no Royal Albert Hall em Londres, é outro dos que certamente figuram entre os melhores discos ao vivo da hist´ria do rock.
A "doida" introdução de Stravinsky - fantástica-, abre "Israel" que já entra com o baixo marcante e seguro de Steve Severin, no primeiro momento do disco e já dos pontos altos.
"Paradise Place" é uma pedrada agressiva e certeira. "Melt" mesmo sem os bandolins da original mantém o clima sombrio e sensual, muito graças à habilidade e técnica de Robert Smith do Cure, que participa dese álbum e curiosamente toca como jamais tocou antes mesmo na própria banda.
"Slowdive" por exemplo que tinha violino na sua versão original, nem sente falta desse elemento, uma vez que a guitarra de Smith dá conta do recado e confere mais "pegada" à canção.
Em "Cascade" o show fica por conta de Budgie que destrói com sua batida complexa e elaborada que invariavelmente aparece com grande qualidade em quase todas as faixas.
"Helter Skelter" é outro grande momento, "Nightshift" também é destaque, e "Eve White, Eve Black" introduzindo para a longa "Voodoo Dolly" é verdadeiramente sinistra e estas fecham o show e o álbum em grande estilo.
O show também resultou num filme da banda no qual se pode notar a presença de Robert Smith que, estranhamente, apesar da grande performance musical, quase não se mexe no palco. Mas ele não é dançarino, mesmo...

********************

FAIXAS:
  1. Intro - The Rite Of Spring
  2. Israel
  3. Dear Prudence
  4. Paradise Place
  5. Melt!
  6. Cascade
  7. Pulled To Bits
  8. Nightshift
  9. Sin In My Heart
  10. Slowdive
  11. Painted Bird
  12. Happy House
  13. Switch
  14. Spellbound
  15. Helter Skelter
  16. Eve White / Eve Black
  17. Voodoo Dolly

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Ouça:



Cly Reis


quinta-feira, 9 de maio de 2019

The Beatles - "Abbey Road" (1969)




"Com 'Abbey Road', os Beatles 
tocaram a glória 
pela primeira vez (...)
Todos os quatro brilharam: 
as composições 
e trabalho vocal de John,
o ofício musical supremo 
de Paul nos medleys,
a habilidade musical de George
em duas canções maravilhosas 
e o toque de bateria 
excelente de Ringo."
Mark Lewisohn,
historiador considerado
uma das maiores autoridades
sobre Beatles

Minha relação com os Beatles é curiosa... É interessante que, até algum tempo atrás, eu sequer gostava de Beatles. Gostava naquelas... uma aqui, outra ali. "Twist and Shout", por causa do filme "Curtindo a Vida Adoidado""Can't Buy Me Love" por causa do "Namorada de Aluguel", "Dear Prudence" por causa da versão da Siouxsie, "Helter Skelter" por causa dos Banshees também e pela versão do U2 no "Rattle and Hum" sendo que a original eu sequer conhecia... Na boa, achava Beatles, aquela coisa dos arranjos de orquestra, dos vocais em coro, daquela levada tipo bandinha alemã, tudo muito perfeitinho demais. Não tinha como negar a qualidade, mas pra mim parecia pouco rock'n roll. Tanto que, naquela tradicional disputa Beatles ou Stones, eu sempre fui mais Stones. Ainda sou, tenho que admitir. Acho Stones mais visceral, mais rock no sentido mais sujo da coisa, sabe. Mas o meu respeito e minha admiração pelos Beatles tornou-se uma realidade e uma vez consolidada, só foi crescendo.
Eu já ficava intrigado pelo fato que uma porção de ídolos meus, vários artistas que eu admiro sempre diziam que tinha começado a tocar por causa dos Beatles, que quando ouviram Beatles resolveram ter uma banda, que fizeram tal música  porque queriam fazer que nem os Beatles... "Cara ... Mas será possível?", pensava eu. Aí  comecei a ouvir com mais carinho, com mais atenção e, quando se OUVE, ouve mesmo, não  como não reconhecer que os caras eram absurdos! Toda a técnica de estúdio, a criatividade, o talento, a inovação e tal, tudo isso eu entendia mas não tinha dado aquela liga. Não tinha acendido a chama. Ela foi acendendo aos poucos: aí o cara vê que uma música que gosta da sua banda preferida é muito Beatles, percebe onde tá aquela influenciazinha, vê coisas que os caras fizeram sem recurso nenhum e hoje em dia com tudo a favor, não se consegue fazer igual e, aí ficha cai. Foi o caso de "Tomorrow Never Knows" que fui conhecer por causa de "Setting Sun" dos Chemical Brothers, e que me estimulou a comprar o "Revolver". A dupla eletrônica de Manchester chegou a responder processo por plágio mas foi inocentada, uma vez que não negavam a inspiração, apenas negavam a cópia. É bem o caso do que os caras conseguiam fazer em 1966, com recursos técnicos escassos e algo parecido só é conseguido com a parafernália eletrônica dos dias de hoje.
Mas antes do "Revolver", o primeiro  que tive dos Beatles foi o "Magical Mystery Tour", que no meu mode de ver era mais "anárquico", menos certinho. Tem aquela 'desordem' da música titulo, "Magical Mystery Tour", tem "I'm The Walrus que também é mais atípica, mais louca, enfim, aquilo me agradava mais num primeiro momento. Depois veio o "Revolver" e depois o 
"Rubber Soul", que devo admitir que, apesar de não retirar nenhum mérito, não sou dos mais apaixonados.
O "Abbey Road" (1969) chegou a mim de uma forma interessante. É lógico que eu já conhecia "Come Together", e essa eu já gostava muito e na minha cabeça essa era uma exceção a tudo aquilo que eu colocara acima sobre rockzinho comportado, arranjos rebuscados e coisas assim, só não ligava uma coisa a outra e com meu conhecimento parco da obra dos caras, não sabia que era exatamente a primeira do "Abbey Road". Mas o que me instigou pra ouvir o disco, conhecer a obra foi o fato que, certa vez, na noite por aí, uma banda dessas de clássicos do rock, tocou "I Want You (She's So Heavy)" e, cara..., eu fiquei louco com aquilo. Aí eu quis saber de onde era aquilo e descobri que era do tal do "Abbey Road". Eu já tava numas de curtir mais Beatles e resolvi conhecer melhor o disco. Pedi pro meu irmão, meu parceiro de blog, Daniel Rodrigues, que já apreciava a banda havia mais tempo, pra me passar o MP3 do disco pra eu ouvir no computador, no I-Pod e tal, e fui gostando cada vez mais. Até que, sabendo que eu tava ficando fissuradão, o meu irmão de novo, desta vez, me deu o CD.
E se um cara tem restrição a Beatles, o "Abbey Road" é pra acabar com qualquer frescura! Tem baixo estourando, tem vocal gritado, tem solinho de bateria, tem música curta, música quilométrica, tem música  pra todos os gostos, tem música de todo mundo, tem vocal de quase todo mundo...  e que disco bem produzido, hein! Tudo perfeito, tudo no seu devido lugar. Era o desejo da banda, mesmo já um tanto fragmentada, já dando sinais de desgaste, fazer um grande disco depois de uma certa decepção com as gravações de "Let It Be", que acabou saindo depois mas que na verdade fora gravado antes e ficou ali, meio que engavetado. Pois é, na verdade o "Abbey Road" é o último álbum dos Beatles. E tem cara de último disco. Tem a grandiosidade, a estrutura, a maturidade, o total controle sobre o objeto final, tem cara de gran finale. Algo espetacular!
"Come Together", como eu disse, eu já conhecia e admirava e é daquelas aberturas de álbum matadoras. Aliás os Beatles abriam muito bem seus discos, não é mesmo? Vide "Taxman", "Back um The U.S.S.R.", "Sgt. Peppers...", "Drive My Car". "Come Together" é uma música que vai crescendo em intensidade e mudando a cada parte, ganhando um novo elemento. É fantástica! Lembra, não por acaso, aquele tipo de composição que marcou Pixies, Nirvana, com ênfase na linha de baixo no corpo principal da música, e uma certa explosão, com as guitarras e os vocais entrando de forma mais intensa no refrão. Pode-se dizer, de certa forma que, lá em 1969, foi um pré-grunge. "Something" sempre me arrepia com aquela guitarra chorosa, melancólica, aquele vocal doce... É considerada por muitos a melhor música dos Beatles e a própria  banda manifestou, na época, uma certa preferência por ela dentre as gravadas para o disco. "Maxwell's Silver Hammer" é daquelas que eu falei, com cara de bandinha de coreto de praça, e apesar de ser uma boa música, no fim das contas, e funcionar como um ponto de equilíbrio no lado A do disco, nem a banda gostava muito dela na época do lançamento.  Atribuo a ela este papel de fiel da balança, até porque na sequência vem "Oh, Darling", uma das minhas preferidas com aquele vocal rasgado, gritado. Um balada típica dos anos 50 com o vocal do Paul calculadamente descontrolado. Tipo da coisa que, no meu desconhecimento, sentia falta nos Beatles e que encontrei no "Abbey Road". Sei que tem "Helter Skelter", até mais furiosa por sinal, mas, nesse caso específico, como confessei acima, conhecia mais as covers do que a original.
O disco segue com "Octopuss Garden", que é do Ringo, e normalmente é um pouco subestimada mas que é um country-rock muito gostoso. Num disco muito bem planejado, a leveza da composição de Ringo Starr serve meio que como preparação para a pesada, longa, extensa, "I Want You (She's So Heavy)". Uma amarração quase improvável de duas melodias bem distintas mas que juntas acabaram funcionando como uma especie de peça épica, algo grandioso. Aquele início, e final também, dramático, solene, combinado a um blues meio rumba em que a guitarra ora dialoga, ora imita, ora disputa com a voz de Lennon. E, apoteoticamente, tudo se encaminha pr'aquele final, como eu disse, dramático, que se repete, repete e corta... abruptamente como se a música, que já é gigantesca, nunca fosse acabar. É de arrepiar.
Depois vem a ensolarada "Here Comes The Sun", que seria a primeira do lado B, na versão original em LP. Sempre que o dia está feio e abre, que vem aquele solzinho depois de uma chuva, eu lembro dela. Sempre iluminada. Na sequência vem a linda "Because" uma balada cheia de inspiração e melancolia. Uma das mais belas melodias dos Beatles e um trabalho vocal excepcional. Segue com a mutante e imprevisível "You Never Gove Me Your Money", cheia de variações: começa de um jeito dando a pinta que vai ser uma doce balada ao piano, de repente vira um rock descontraído, modifica a voz, ganha intensidade, ganha uma guitarra bem incisiva, lá pelo final ganha um coro fazendo uma contagem e acaba num ruído que vai introduzir para o genial medley de músicas "inacabadas" concebido por Paul McCartney que é simplesmente de tirar o fôlego. Trechinhos, praticamente vinhetas, mas que são de deixar o cidadão de boca aberta, não só pelas qualidade de cada uma, mas também pela diversidade entre elas, pelo papel dentro do álbum, pela sequência em que estão dispostas.
"Sun King", de John Lennon, uma delicada baladinha, uma pequena piração com uma letra que mistura inglês, italiano e francês, é a primeira da sequência mágica  e lembra um pouco "Something", com alguma semelhança também com "Because" embora sempre me remeta um pouco a "Don't Let Me Down"; segue o rock gostoso de "Mean Mr. Mustard"; depois "Polithene Pam", bem "yeah-yeah-yeah', uma espécie de uma voltá às raízes só que mais sofisticada; vem "She Came Through The Bathroom" outro rock cativante; e então o epílogo grandioso se aproxima com a beleza de "Golden Slumbers" que é misturada/invadida com/por "Carry That Weight" que, por sua vez, em grande estilo, encaminha o encerramento do disco para nada mais apropriado que o FIM. "The End", mais uma "criatura mutante", cheia de variações, é um rock direto e certeiro com direito a solo de bateria de Ringo e tudo. É o fim, como anuncia o título da canção? A última do disco? A última da discografia dos Beatles? Errado. O disco acaba mas não acaba. Antecipando um conceito de faixa-oculta que só viria a se consolidar na era CD, segundos depois da "última música" aparece "Her Majesty", um trechinho curto acústico, mais uma vinheta, uma brincadeira por assim dizer "comemorativa" ao título de Membros do Império Britânico concedido pela coroa inglesa, que o grupo então acabara de receber. Típico dos Beatles. A inversão da lógica, o improvável, a surpresa, o que mais ninguém faria. E "The End" que seria também a última música do último lado de um disco deles, acabou não sendo pois o "Let It Be", o antecessor, acabou sucedendo "Abbey Road".
Aí o cara acaba de ouvir um disco desses e fica se perguntando "por que que eu fiquei de nhem-nhem-nhem com os Beatles por tanto tempo?"
Se você também tem um ranço, nhem-nhem-nhem, mi-mi-mi com Beatles, e sei que muito gente tem, recomendo veementemente que você ouça o "Abbey Road". Talvez os Beatles tenham discos melhores, muitos preferem o "Branco", muitos o "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", mas o "Abbey Road" este trabalho brilhante que completa 50 anos neste 2019, é tão perfeito, tão impecável, tão bem produzido, tão diversificado que eu acho que até o mais resistente anti-Beatles vai acabar se rendendo. Eu me rendi.

**************

FAIXAS:
1 - Come Together
2 - Something
3 - Maxwell's Silver Hammer
4 - Oh! Darling
5 - Octopus's Garden
6 - I Want You (She's So Heavy)
7 - Here Comes the Sun
8 - Because
9 - You Never Give Me Your Money
10 - Sun King
11 - Mean Mr. Mustard
12 - Polythene Pam
13 - She Came in Through the Bathroom Window
14 - Golden Slumbers
15 - Carry That Weight
16 - The End
17 - Her Majesty


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Ouça:


Cly Reis

sábado, 16 de janeiro de 2021

Paul McCartney - Up And Coming Tour - Estádio Beira-Rio - Porto Alegre/ RS (Novembro/2010)

 

Imagina se Shakespeare viesse à tua cidade para a sessão de autógrafos de, digamos, “Hamlet”. Imagina se Michelangelo um dia fosse convidado para pintar um mural público e permanecesse aqui para uma temporada de residência artística. Ou se Galileu Galilei ganhasse o título de honoris causa pela universidade local e desembarcasse nestes pagos para a homenagem. Os jornais estampariam: “Ele está entre nós”. Afinal, não é todo dia que gênios da humanidade descem à terra e se juntam aos mortais. Posso dizer que vivi isso. Paul McCartney, o beatle, o hitmaker, o multi-intrumentista, o maestro, o produtor, o Cavaleiro da Rainha, o ativista, o recordista da Billboard... sim: ele esteve entre nós. Na noite de 7 de novembro de 2010, no domingo, dia em que teoricamente os deuses descansam, uma reencarnação de São Paulo despencou dos céus e trocou as vestes de santo pelas de um músico de rock ‘n’ roll para jogar encantamento sobre milhares de fiéis com sua arte redentora. E melhor de tudo: diferentemente de um Shakespeare, Michelangelo, Galileu – ou Picasso, Pitágoras, Mozart, Newton –, Paul está vivo e pertence ao meu tempo.

Por falar em céus, o firmamento esteve envolvido o tempo todo com este show, desde antes deste começar, aliás. Quando houve o anúncio de que Paul viria a Porto Alegre para a turnê “Up And Coming”, enlouqueci. Tinha que vê-lo. No que começaram a ser divulgadas as primeiras notícias sobre valores de ingresso, minha animação se transformou em apreensão. Primeiro, pelo valor, que chegava a astronômicos patamares para a época. Mas, principalmente, pelo acesso. Os 50 mil ingressos se esgotaram após as duas primeiras horas de vendas, ocorrida um mês antes do show. Afora isso, não tinha nem cartão de crédito àquela época, o que dificulta sobremaneira a se obter esse tipo de coisa. Toda a Porto Alegre aguardava ansiosa pela chegada de Paul à cidade. Nos dias que antecederam o show, o próprio artista fazia questão de responder ao chamado das pessoas na rua, como quando saiu do hotel e uma multidão o aguardava. O clima era este: de comoção.

Paul na primeira e inesquecível apresentação 
em Porto Alegre: ele esteve entre nós
Mas os céus atenderam minhas preces. Uma ordem veio lá de cima e acionaram um anjo aqui embaixo. Minha amiga Andréia – que hoje se encontra no mesmo céu do qual um dia veio, visto que faleceu em 2019 –, sabendo de minha vontade, soube de outro amigo que tinha ingresso a mais e fez a articulação para que eu ficasse com aquela sobra: um lugar na plateia superior do Beira-Rio. Déia, aliás, alcançou-me com a bondade de um verdadeiro ser divino, visto que lhe paguei apenas o valor que havia saído o ingresso, suficiente para cobrir o custo de quem tinha comprado a mais. Estava garantida a minha entrada temporária no paraíso, e na parte mais alta do estádio. A mais próxima do céu.

A apresentação em si atingiu todas as expectativas. Noite quente, nada de nuvens. De tão visíveis, era quase possível tocar as estrelas. O público, de todas as idades, transpirava excitação antes de começar. A mim, que nunca tinha assistido Paul ao vivo e que não conhecia até então nem o DVD “Paul McCartney - Is Live In Concert - On The New World Tour”, cujo show é bastante parecido, contudo, superou. Fui absolutamente arrebatado pelo set-list, pelas trucagens do palco, pelos clássicos imortais em sequência, pela simpatia de Paul, pela entrega dos músicos. Chorei como um ateu que se converte em cristão diante de um milagre incontestável. Era como se eu fosse ao céu. Afinal, o milagre estava operando-se à minha frente: Paul tocando por mais de 2 horas nada menos que 34 músicas. Clássicos do rock, clássicos da música mundial, temas que se confundem com a própria vida das pessoas, como “Jet”, “The Long and Winding Road”, “Drive My Car”, “Band on the Run”, “Day Tripper” e várias, várias outras. Incontáveis vezes essas canções estiveram presentes nas horas boas e ruins da biografia de cada um daqueles ali presentes. Entre estes, um emocionado Daniel.

"Venus and Mars", começando o show de Porto Alegre


O alto nível de um show realizado em estádio grande e aberto (refiro-me ao antigo Beira-Rio, antes das obras para a Copa do Mundo, assim como ocorreu no antigo Morumbi dias depois) mas com engenharia de som perfeita, além do vídeo e da iluminação, tinha na parte técnica a garantia de um ambiente propício para Paul e seus súditos deitarem e rolarem. Mas eles fizeram ainda mais do que isso. Embora seguissem o roteiro, era visível que a paixão do público porto-alegrense, que recebia pela primeira vez o ídolo, contagiou os músicos no palco. Ouvia-se choro, gritos, palmas e coros, que não deram trégua um minuto sequer, ainda mais nos vários momentos em que o cantor interagiu falando um português carregado de sotaque. Tanto que a imprensa – não só da bairrista Porto Alegre, mas do centro do País – classificou o show de “apoteótico” no dia seguinte. Os ingredientes estavam todos ali para que isso acontecesse: Paul animadíssimo tocando 6 instrumentos diferentes durante a apresentação e a incrível banda de músicos-fãs que executam com exatidão e paixão o repertório beatle e solo do líder. O repertório vai de hits dos Beatles a da extensa carreira solo de Paul a homenagens aos ex-companheiros de banda George Harrison (quando cantou “Something”) e a John Lennon (“Let ‘Em In”, da Wings, escrita para o parceiro, e quando emenda “Give Peace a Chance” com a obra-prima “A Day in the Life”).

E o que dizer de ouvir ali, presencialmente, “And I Love Her”, Let Me Roll It”, “Eleanor Rigby”, “Let it Be”, “Get Back”?! Totalmente tomado por aquela verdadeira apoteose, fui elevado a um outro plano especialmente em pelo menos quatro momentos. Primeiro, quando Paul tocou “Blackbird”, capaz de me provocar lágrimas a cada audição doméstica, quem dirá ao vivo. Igualmente, quando não apenas eu, mas 50 mil vozes entoaram o famoso “la la la” final de “Hey Jude”. Algo inesquecível, daqueles que se leva para a vida. Desavisado dos efeitos pirotécnicos mas adorador da música, “Live and Let Die” foi outra que me arrebatou – o que me aconteceria mesmo sem os jorros de fogos sincronizados, obviamente. Para desfechar sem respirar, uma sequência de “Helter Skelter”, “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” e “The End”. Apoteótico, apoteótico.

A apoteótica apresentação de "Live and Let Die" naquela noite

Recordo que à época não consegui produzir um texto para o blog, porque a comoção era muito grande semanas depois. Eu lembrava das pessoas saindo do estádio a pé como eu com uma expressão de encantamento, de abismados, parecendo uma raça improvável de zumbis tomados de felicidade, meio incrédulos com o que viram. Eu, inclusive. Paul voltaria à cidade 7 anos depois, num Beira-Rio já reformado, mas aí a coisa era outra, incomparável com aquela primeira e inesquecível vez. Só mesmo o céu para testemunhar tamanho acontecimento como foi o daquele de 7 de novembro de 2010. E não é que ele testemunhou!? Não sei se somente eu percebi (pois quem mais levantaria a cabeça em direção ao céu naquela hora?), mas eu vi uma estrela cadente descer bem atrás do estádio, na direção de Paul. Juro mas não foi efeito de álcool e nem do meu estado de elevação. Eu vi de verdade! Em resposta às lágrimas e da emoção daquela multidão de pessoas, uma das estrelas, as que estavam bem visíveis e quase alcançáveis no céu limpo de Porto Alegre daquela noite histórica, resolveu descer para nos cumprimentar. Afinal, quem não daria uma chegadinha depois de ouvir entoado com tamanha emoção o “la la la” de “Hey Jude”? Deve-se ter ouvido até lá em cima. Eu, se fosse estrela, também não perderia essa.


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Setlist Show "Up And Coming":

01. Venus and Mars/Rock Show
02. Jet
03. All My Loving
04. Letting Go
05. Drive My Car
06. Highway
07. Let Me Roll It
08. The Long and Winding Road
09. Nineteen Hundred and Eighty Five
10. Let ‘Em In
11. My Love
12. I’ve Just Seen a Face
13. And I Love Her
14. Blackbird
15. Here Today
16. Dance Tonight
17. Mrs. Vandebilt
18. Eleanor Rigby
19. Something
20. Sing the Changes
21. Band on the Run
22. Ob-La-Di Ob-La-Da
23. Back in the USSR
24. I’ve Got a Feeling
25. Paperback Writer
26. A Day in the Life/Give Peace a Chance
27. Let it Be
28. Live and Let Die
29. Hey Jude
30. Day Tripper
31. Lady Madonna
32. Get Back
33. Yesterday
34. Helter Skelter
35. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club
36. The End

Daniel Rodrigues
(para Andréia)

domingo, 28 de agosto de 2022

ÁLBUNS FUNDAMENTAIS Especial 14 anos do Clyblog - The Beatles - "The Beatles" ou "White Album" (1968)

 



"Todo clichê tem uma razão e o motivo pelo qual este disco é citado em 11 de 10 listas é pelo simples fato de ser genial.
Ele tem lugar quase sagrado no meu coração, inclusive fico períodos longos sem escutá-lo para sempre ter a mesma reação a cada música, um arrepio que começa na base da coluna e vai até o topo da cabeça.
Essa sensação não muda desde o meu primeiro contato com ele, aos 13 anos."
Titi Müller, 
atriz, apresentadora e ex-VJ da MTV




Branco.
O branco pode ser o nada, o vazio. Uma folha de papel sem desenho, sem palavras, sem ideias, um lapso de pensamento, uma breve falha de memória, um cegueira por excesso de luz ou mesmo a ausência total de cor. Por outro lado, é a soma de todas as cores. Todo o espectro, girando tão rapidamente, que o olho humano sequer é capaz de distinguir todas as variações cromáticas para apenas enxergar... o branco.
Branco...
Uma capa totalmente branca apenas com um nome gravado em relevo.
A aparente simplicidade por trás de uma capa totalmente branca guarda, na verdade, a complexidade de uma das obras mais sofisticadas da história da humanidade. Talvez seja exatamente essa impressão errônea do nada que, no fundo, contém tudo. Uma obra tão cheia de variedades, elementos, possibilidades, cores, que os olhos da percepção humana mal sejam capazes de assimilar tudo, de ordenar todas as informações. "The Beatles", de 1968, mais conhecido como "White Album" traz tantos elementos que muitas vezes é impossível classificar se aquele quarteto genial fizera um rock, um jazz, um blues, um foxtrote, uma suíte clássica, um folk, ou tudo isso junto numa mesma peça musical.
"White Album" tem trinta faixas e seria cansativo falar de todas, desta forma destaco aqui aquelas que na minha opinião não podem deixar de ser mencionadas, pelas razões e méritos mais diversos, embora fãs mais fervorosos e conhecedores mais eruditos possam contestar minha seleção. "Back in the U.S.S.R." que abre o disco é um rock no estilo do velho yeah, yeah, yeah mas que, claramente, com toda a bagagem adquirida de uma banda mais madura, segura e ousada, está alguns passos à frente da sonoridade da banda lá dos primórdios; "While My Guitar Gently Weaps" é uma das mais belas canções do grupo e um dos melhores trabalhos coletivos do quarteto, com o acréscimo, ainda, de Eric Clapton que dá a canja do lindíssimo solo de guitarra, um dos mais marcantes da história do rock; "Blackbird" é solar, iluminada, à primeira vista uma canção aparentemente simples, mas que apreciada com a devida atenção, revela-se um peça musical da mais alta sofisticação; o blues choroso de "Revolution 1" que eu costumava ouvir numa vinheta da Rádio Ipanema em Porto Alegre e sempre tinha a curiosidade de saber o que era aquilo; e  "Dear Prudence", linda, doce, suave, que conheci com a Siouxsie e seus Banshees e, devo admitir, nesse caso, que divido a preferência com a original. A propósito, outra que conheci com a Rainhas das Trevas do gótico, mas que, aí sim, prefiro disparado a original, é "Helter Skleter", por sinal, um das minhas preferidas do álbum e da banda, exatamente por toda a sujeira, barulheira, fúria, características pouco comuns na obra dos Beatles.
Os quatro, no estúdio, durante as
gravações do álbum, em 1968

Mas tem o rock empolgante de "Glass Onion", com todas as autorreferências; tem as "mutações" constantes de Rocky Racoon"; tem os vocais intensos de John em "I'm So Tired"; tem também o blues envenenado "Yer Blues"; a energia e o psicodelismo de "Everybody's Got Something to Hide..."; a belíssima melodia vocal de "Sexy Sadie"; a loucura psicodélica de "Revolution 9"... Ah, tudo!!!
Se "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" havia, praticamente criado o conceito de álbum, o "Álbum Branco", mesmo em meio a um ambiente convulsionado de uma banda em processo de fragmentação interna, levava a ideia a um nível superior. O que, pensando bem, de certa forma, possa ter colaborado para um álbum tão genial, diversificado e com um conjunto tão contraditoriamente "harmonioso". Cada membro, tão independente e autossuficiente, estava, naquele momento, maduro, seguro e plenamente apto a produzir algo tão grandioso individualmente, que o material, colocado dentro da obra do grupo, praticamente complementava o dos demais criando um produto final incrível e inigualável.
Branco também pode simbolizar pureza e tal como fazem as crianças, de maneira belíssima, a pureza permite a alguém ser o que quer ser, falar o que quer falar sem se preocupar com nada. Simplesmente ser verdadeiro.
Segundo o artista, criador da arte, Richard Hamilton, a ausência total de qualquer cor era proposta em contraste ao excesso de informação da capa do disco anterior,  "Sgt. Pepper's...". Sim, entendo... Mas, aprofundando um pouco o pensamento a esse respeito, talvez o branco do álbum signifique algo mais, Talvez signifique exatamente o momento em que cada um tenha sido totalmente puro, totalmente verdadeiro consigo mesmo, o que, assim como a verdade das crianças, sempre resulta em beleza.
E nós, que não temos nada a ver com as diferenças que eles tinham, ganhamos, aquele que tenha sido, possivelmente, o momento mais brilhante daqueles quatro caras.
Brilhante...
Sim, tão alvo, tão claro que chega a ser... brilhante.
Branco.

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FAIXAS:
(no formato LP)

Lado 1

1. "Back in the U.S.S.R." (voz de Paul McCartney) 2:43
2. "Dear Prudence" (voz de John Lennon) 3:53
3. "Glass Onion" (voz de Lennon) 2:17
4. "Ob-La-Di, Ob-La-Da" (voz de McCartney) 3:08
5. "Wild Honey Pie" (voz de McCartney) 0:52
6. "The Continuing Story of Bungalow Bill" (voz de Lennon) 3:14
7. "While My Guitar Gently Weeps" (composição e voz de George Harrison) 4:45
8. "Happiness Is a Warm Gun" (voz de Lennon) 2:43

Lado 2
9. "Martha My Dear" (voz de McCartney) 2:28
10. "I'm So Tired" (voz de Lennon) 2:03
11. "Blackbird" (voz de McCartney) 2:18
12. "Piggies" (composição e voz de Harrison) 2:04
13. "Rocky Raccoon" (voz de McCartney) 3:33
14. "Don't Pass Me By" (composição e voz de Ringo Starr) 3:51
15. "Why Don't We Do It in the Road?" (voz de McCartney) 1:41
16. "I Will" (voz de McCartney) 1:46
17. "Julia" (voz de Lennon) 2:54

Lado 3
18. "Birthday" (vozes de McCartney e Lennon) 2:48
19. "Yer Blues" (voz de Lennon) 4:04
20. "Mother Nature's Son" (voz de McCartney) 2:48
21. "Everybody's Got Something to Hide Except Me and My Monkey" (voz de Lennon) 2:24
22. "Sexy Sadie" (voz de Lennon) 3:15
23. "Helter Skelter" (voz de McCartney) 4:29
24. "Long, Long, Long" (composição e voz de Harrison) 3:04

Lado 4

25. "Revolution 1" (voz de Lennon) 4:15
26. "Honey Pie" (voz de McCartney) 2:41
27. "Savoy Truffle" (composição e voz de Harrison) 2:54
28. "Cry Baby Cry" (vozes de Lennon e McCartney) 3:02
29. "Revolution 9" (vocalizações de Lennon, Harrison, George Martin e Yoko Ono) 8:22
30. "Good Night" (composição de Lennon e voz de Starr) 3:11

*************************
Ouça:
The Beatles - "The Beatles" A.K.A. "White Album" (1968)





por Cly Reis

quarta-feira, 4 de junho de 2014

The Beatles Rock Cup - segunda fase


Chega a ser redundância dizer que só tem jogaço!
Sorteados os jogos da segunda fase da Copa do Mundo The Beatles , o inevitável afunilamento da competição faz com que tenhamos encontros de gigantes, como é o caso de The Fool in the Hill x Here Comes the Sun; Sargent Pepper's Lonely Hearts C.B. x Let it Be e o único clássico local da fase, Love Me Do x Please Please Me. Mas é lógico que os outros enfrentamentos não ficam devendo em nada para estes e oferecerão, por certo, a mesma dificuldade de decisão para nossa bancada beatlelística.

Confira abaixo todos os confrontos  da segunda fase:




  • HELTER SKELTER x LADY MADONNA
  • TWO OF US x SHE SAID, SHE SAID
  • YESTERDAY x GET BACK
  • TELL ME WHY x OH, DARLING
  • BECAUSE x I'M THE WALRUS
  • I SAW HER STANDING THERE x ELEONOR RIGBY
  • I WANTO YOU (SHE'S SO HEAVY) x WITH A LITTLE HELP FROM MY FRIENDS
  •  THE FOOL IN THE HILL x HERE COMES THE SUN
  • PENNY LANE x AND I LOVE HER
  • A DAY INTHE LIFE x I WANTO TO HOLD YOUR HAND
  • GOLDEN SLUMBERS x SGT. PEPPER'S LONELY HEARTS C.B. (reprise)
  • DRIVE MY CAR x THE BALLAD OF JOHN & YOKO
  • LOVE ME DO x PLEASE PLEASE ME
  • SGT. PEPPER'S LONELY HEART CLUB BAND x LET IT BE
  • THE LONG AND WIDING ROAD x STRAWBERRY FIELDS FOREVER
  • COME TOGETHER X BLACK BIRD



sexta-feira, 30 de maio de 2014

The Beatles Rock Cup - confrontos da primeira fase


Saiu o sorteio da primeira fase da Copa do Mundo TheBeatles.
Se achavam que a competição já estava difícil, não viram nada.
Clássicos como Eleonor Rigby, Helter Skelter, Drive My Car e outros tiveram que encarar numa pré-fase pelo fato de não terem um bom 'rankeamento', por assim dizer na parada de sucessos, só que agora, na primeira fase, efetivamente do torneio, entram exatamente as 32 mais bem colocadas no ranking da Billboard e aí, véi, a coisa vai ficar feia!
Só pra que se tenha uma ideia, nessa fase teremos clássicos como Ticket to Ride x Strawberry Fiedls Forever, Help x Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, Love Me To x Dear Prudence, só para ficar em algumas. Vai sair lasca!
Confira abaixo todos os jogos da primeira fase da Copa das Copas, a Copa do Mundo TheBeatles do clyblog:






sábado, 6 de junho de 2015

A Calcinha da Sharon Tate


Na manhã de 8 de agosto de 1969, a atriz e modelo Sharon Tate acordou chateada. Estava a poucos dias de ganhar seu primeiro filho e seu marido, o diretor Roman Polanski, ainda não tinha conseguido voltar de Londres, onde tinha "compromissos" tanto no cinema quanto sexuais com Michelle Phillips, do The Mamas and The Papas, com quem tinha um caso. Sharon, acostumada às passarelas do mundo inteiro e eleita umas das mulheres mais lindas do cinema dos anos 60, mesmo grávida mantinha intocável toda sua beleza e por dentro uma profunda tristeza por saber da traição do marido. No cinema, ela era ainda uma grande promessa, chegando a ser considerada a nova Marilyn Monroe. O seu casamento com Polanski tinha aberto algumas portas, mas a atriz já havia trabalhado com grandes diretores e chegou a receber uma indicação ao Globo de Ouro. Mas naquele momento era hora de relevar as mágoas e se dedicar ao filho.
Polanski tinha alugado uma casa em Cielo Drive, que pertencia a Candice Bergen, onde adorava juntar os amigos para um clima descontraído de drogas e conversa fora a lá anos 60. Mas na madrugada de sábado do dia 9 de agosto de 1969, algo iria mudar e o lugar seria o palco do assassinato mais selvagem da história de Hollywood. Perto do meio dia, Sharon recebeu uma ligação de sua irmã, lhe oferecendo companhia para jantar à noite. A atriz disse que já tinha marcado com amigos uma ida a um famoso restaurante de Los Angeles e, posteriormente, se reuniriam na casa. Dentre os convidados para o pós-jantar estavam: Steve McQueenRobert Evans e Robert Towne e o cabeleireiro das estrelas Jay Sebring e mais dois amigos do casal. Nesse mesmo instante, no Spahn Ranch, um grupo de jovens seguidores de Charles Manson se preparava com armas e facas para sair à caça com uma lista de artistas a serem mortos. Nomes como Elisabeth Taylor, Steve McQueen e Sharon Tate eram prioridade. Por volta das 22h30, todos tinham retornado à casa: Steve, Bob e Towne tinham cancelado sua ida. Além de Seibrig, os amigos Abigail Folger e Wojciech Frykowski ficaram. O assunto do momento era o filme “Sem Destino”, com Hopper e Fonda, e o “White Album”, do The Beatles, mas em poucas horas todos ali seriam o assunto para muitas capas de jornais durante muito tempo.
Logo após a meia noite, a trupe dos Manson invadiu a casa. Entre o grupo, um rapaz de 23 anos e três moças quase que da mesma idade. Todos armados e decididos a matar. Frykowski, que era faixa-preta em Karatê, tentou defender todos, mas foi morto a tiros, pauladas e facadas, assim como Folger e Jay . Tate tentou fugir aos gritos, mas foi capturada por duas moças que a torturaram e bateram na atriz. Ela gritava e chorava implorando por sua vida e a de seu filho. De nada adiantou. Foi morta com 16 facadas, muitas delas direto na barriga. Os Manson ainda matariam na saída o amigo do caseiro da família e, dois dias depois, o casal Leno e Rosemary LaBianca. Em ambas as cenas dos crimes, as palavras “Pigs” e "Helter Skelter" seriam escritas com sangue dos mortos, pois elas eram o "sinal" do "Álbum Branco" dos Beatles para a guerra dos Manson começar.
A comunidade do cinema na época ficou apavorada e tratou de se armar ou contratar guarda-costas, cercar as casas, mas Polanski ficou tão abalado que dispensou tudo isso. Apenas, como consolo, carregou na mala durante anos e para onde quer que fosse a calcinha de sua amada Sharon Tate, onde enxugava as lágrimas de eterna culpa.

sábado, 24 de maio de 2014

Copa do Mundo The Beatles

Se a bola via rolar nos gramados do Brasil para a Copa do mundo de futebol, o rock não param de rolar aqui na Copa do Mundo Rock do clyblog. E depois de duas grandes competições, a Copa The Cure que parece ter decretado que o melhor álbum da banda é o "Seventeen Seconds" (será?), que botou duas representantes na final e por consequência, teve a campeã do torneio, a fantástica A Forest; e da Copa Legião Urbana que marcou o confronto dos dois grandes discos do grupo "Dois" e "As Quatro Estações", com Tempo Perdido vencendo Há Tempos na finalíssima, a competição é agora de, nada mais nada menos que a maior banda de todos os tempos, The Beatles, no que promete ser a maior das Copas.
O sistema é o mesmo das edições anteriores, serão no total 96 times, quero dizer músicas. 64 delas entram numa fase preliminar e se enfrentam entre si classificando apenas 32. As 32 músicas da banda melhor colocadas na parada da Billboard que só entram a partir da primeira fase pegam aquelas 32 classificadas da pré-fase. Nas duas primeiras etapas (pré-fase e primeira fase) não serão permitidos enfrentamentos locais, ou seja, entre músicas do mesmo álbum, mas depois disso, já na segunda fase, os derbys regionais estão liberados. aí é mata-mata até restarem somente duas, as grandes finalistas.
Novamente, teremos uma bancada especializada para definir os resultados, mas muitos deles, vamos deixar para que os fãs decidam através da nossa página do Facebook. Integrarão o colegiado dessa vez, nossos colaboradores Eduardo Wolff, Eduardo LattesLeocádia Costa, e assim como nas outras Copas do blog, Chirstian Ordoque, todos beatlemaníacos de carteirinha.
Claro que algum beatlemaníaco vai sentir falta de alguma música pois dentro de um formato racional de competição, limitando o número de participantes, seria inviável colocar todas as músicas da banda, mas procuramos contemplar as mais significativas e acreditamos não termos deixado nenhuma importantíssima de fora.
Confira abaixo todas as participantes da competição. O sorteio sai amanhã (25/05/2014). Fiquem ligados.

  • As 64 que disputam a fase preliminar:

    A Day in the Life, Across the Universe, All My Loving And I Love Her, And Your Bird Can Sing, Baby You're A Rich Man, Back in the U.S.S.R., Because, Being for the Benefit of Mr. Kite!, Blackbird, Blue Jay Way, Cry Baby, Cry, Dear Prudence, Don't Let Me Down, Dr. Robert, Drive my Car, Eleanor Rigby, Fixing a Hole, For no One, Getting Better, Girl, Glass Onion, Golden Slumbers, Helter Skelter, Here Comes the Sun, Hey Jude, I Am The Walrus, I Should Have Known Better, I Want You (She's So Heavy), If I Fell, I'll Be Back, It Won't Be Long, Love You To, Lucy in the Sky with Diamonds, Magical Mystery Tour, Michelle, No Reply, Norwegian Wood (This Bird Has Flown), Not a Second Time, Ob-La-Di, Ob-La-Da, Oh, Darling, Rain, Savoy Truffle, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band – Reprise, She Said She Said, She's Leaving Home, Strawberry Fields Forever (Magical), Taxman, Tell Me Why, The End, The Fool on the Hill, The Night Before, Things We Said Today, Tomorrow Never Knows, Two of Us, When I'm Sixty-Four, While My Guitar Gently Weeps, Why Don't We Do It in the Road?, With a Little Help from My Friends, Within You Without You, You Never Give Me Your Money, Your Mother Should Know e You've Got to Hide Your Love Away.
  • Maiores sucessos (segundo a parada da Billboard) que só entram na primeira fase:

A Hard Day's Nigh, All You Need Is Love, Can't Buy Me Love, Come Together, Day Tripper, Do You Want To Know A Secret, Eight Days A Week, For You Blue, Get Back, Got To Get You Into My Life, Hello Goodbye, Help!, I Feel Fine, I Want To Hold Your Hand, Lady Madonna, Let It Be, Love Me Do, Nowhere Man, Paperback Writer, Penny Lane, Please Please Me, Revolution , She Loves You, She's A Woman, Something, The Ballad Of John And Yoko, The Long And Winding Road, Ticket To Ride, Twist And Shout, We Can Work It Out, Yellow Submarine e Yesterday.






quarta-feira, 28 de maio de 2014

Copa do Mundo The Beatles - classificados da fase preliminar

Pelo amor dos meus filhinhos!!!
A coisa já começou quente. Jogaços, cla´ssicos, pedreiras e algumas grandes eliminadas precocemente. Em alguns casos era inevitável como em confrontos tipo She's Leaving Home x Magical Mystery Tour ou A Day in the Life x For No One. alguém tem que sobrar. Mas em outros, em especial no confronto Dr. Robert contra Hey Jude, uma das favoritas do público, uma daquelas de cantar em coro com as mãozinhas pra cima, dançou logo na pré-fase.
Bom, confiram abaixo, destacados em vermelho, todos os classificados e fiquem ligados, em breve, no sorteio da primeira fase, quando entram as 32 mais bem colocadas na parada da Billboard.


























    A Day in the Life, And I Love Her, I Saw Her Standing There, Because, Black Bird, Dear Prudence, Dr. Robert, Drive my Car, Eleanor Rigby, Getting Better, Glass Onion, Golden Slumbers, Helter Skelter, Here Comes the Sun, Hey Jude, I Am The Walrus, I Should Have Known Better, I Want You (She's So Heavy), Norwegian Wood (This Bird Has Flown), Oh Darling, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band – Reprise, She Said She Said, She's Leaving Home, Strawberry Fields Forever, Tell Me Why, The Fool on the Hill, Tomorrow Never Knows, Two of Us, When I'm Sixty-Four, With a Little Help from My Friends, Within You Without You e You've Got to Hide Your Love Away.