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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

"Os Matadores Mais Cruéis que Conheci", volume II - Promoção OMMCQC





"Está aberto o reino da morte!"
Chegou às nossas mãos, autores participantes, e em breve deve estar pintando nas livrarias, a antologia "OMMCQC II" (Os Matadores Mais Cruéis que Conheci, vol. II) que traz 37 contos que exploram exatamente esse lado tão misterioso, sórdido, selvagem, primitivo e inutilmente reprimido do homem: seu lado assassino.
Pois se você quer ter o mórbido prazer de folhear essas páginas empapadas de sangue antes que elas sujem as prateleiras das livrarias, compartilhe a nossa promoção na página do clyblog no Facebook e fique esperando a morte chegar, ou melhor... o livro chegar... na sua casa.
O sangue é da melhor qualidade e quem garante isso, somos nós, os 'matadores' que criaram esse universo de instinto selvagem. Tem matadores jovens, maduros, mulheres, homens, há as que matam com um salto-alto, há os que matam com machados, os que matam em porões imundos, há os que matam em motéis, há os sofisticados, há os afoitos, há os que mataram por acidente e os que matam por vocação... Variedade é o que não falta, e estes, abaixo são os criadores desse universo tão provocante e assustador, com suas histórias sangrentas:

HOJE EU VOU COMER SUA BUNDA -  Cly Reis

A ESCRITORA - William Schmahl Barros

A FACE DO EXTREMO - Eliane Verica

A LENDA DE MIGUEL JUAREZ - Edinaldo Garcia

“A ÚLTIMA CEIA” Juliana Pitta

A ÚLTIMA OFERTA - Valdison S. Barbosa

A VINGANÇA DO LOBO - Eduardo Colucci de Castro

AMOR DE MÃE - Graziela Fusco Ramos

AS MÃOS QUE CONTROLAM A MARIONETE - Maristela Abreu

BÁRBARA - Bruna Leôncio

CARONTE - Ricardo Esteves

A TESTEMUNHA - César Costa

DE JOVEM PROMISSOR, À SERIAL KILLER - Gustavo Demarchi

A ENFERMEIRA - Thiago Vilard

ACEITA UMA BEBIDA? - Gui Barreto

O PASSEIO - Heliton Queiroz

CORAÇÕES FRIOS - W.G. Souza

IGOR - Fábio Baptista

MELISSA - Davi M. Gonzales

MENINA ASSASSINA - Michele Mourão

MENTES INSANAS - Debora Gimenes

O ASSASSINO DO BOTIJÃO - Márcio Lobo

O COLECIONADOR DE ÓRGÃOS - Marcio Milton de Souza

O DONO DO ANTIQUÁRIO - Zulmênia Pereira do Vale

O VARAL - Luciana Rodrigues

O FOSSO - César Bravo

LOUCO OU CRUEL? - Ana Angélica Ferrazi

PACIÊNCIA - Henrique Seben

PAI NOSSO - Guilherme Matos

PRATO FRIO - Jowilton Amaral da Costa

RESPEITEM A MINHA NATUREZA - André Albuquerque

TRÊS PORQUINHOS - Narjara Oliveira

UM FURO DE REPORTAGEM - Leônidas Grego

SANGUE FEDE - Fábio Gonçalves

UMA NOITE COMO OUTRA QUALQUER - Ramon Bacelar

VERDADES - Beto Canales

WILLY PANCAS - Afobório



Compartilhe. Boa sorte, luz e sangue, sempre.


Cly Reis

terça-feira, 27 de agosto de 2013

"Os Matadores Mais Cruéis que Conheci" - volume II



E olha o clyblog aí na fita, de novo!
Mais um dos textos do blog, mais precisamente deste que vos escreve, Clayton Reis, editor deste blog, será incluído em um livro, desta vez sobre matadores e seus requintes de crueldade.
Depois de ter uma crônica incluída na coletânea "Colorados - Nada Vai Nos Separar" , agora tenho a felicidade fazer parte da antologia "(OMMCQC) Os Matadores Mais Cruéis que Conheci - Volume 2", organizada pelo escritor Alexandre Durigon,  mais conhecido no meio literário como Afobório, autor de "Livre Para Ser Preso" e organizador de outras coletâneas, entre elas o Volume I desta mesma seleção de matadores.
A publicação da editora Multifoco trará 32 textos de diversos autores de todo o Brasil, escolhidos à dedo pelo próprio Afobório, logicamente com ênfase e foco em assassinos dos mais diversos estilos, armas, meios, instrumentos e motivações.
O conto selecionado está presente na seção COTIDIANAS, aqui do ClyBlog, mas que não revelarei qual é para que os leitores eventuais dêem aquela olhadinha e descubram outros contos e crônicas que estão lá, e para os que já leram mas não sabem qual é, preservem alguma surpresa. Abri para poucos até agora, mas para estes tenho certeza que a revelação não diminuirá o interesse em uma releitura, até pelo fato de que o manuseio e a leitura no formato papel são sempre muito mais interessantes e prazerosos.
Ainda estamos em fase pós-seleção, de instruções, de entrega de material, etc., etc., sendo assim, muito cedo, portanto, para se falar em arte, preço, data de lançamento e coisas do tipo. Mas assim que tiver notícias a respeito, podem ter certeza que estarei informando aos amigos e interessados. Enquanto isso, com orgulho de ter mais uma vez o trabalho reconhecido, fico também na espera com expectativa.
E como costuma sempre dizer meu caro amigo Afobório para finalizar suas mensagens, postagens, correspondências, etc.: SORTE, LUZ E SANGUE, SEMPRE.



Cly Reis

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Entrevista com Cly Reis sobre a antologia "Os Matadores Mais Cruéis que Conheci" volume II



por Alexandre Durigon
revisor e organizador do livro
"(OMMCQC")vol.II



Clayton Reis é gaúcho, mas vive no Rio de Janeiro,
é arquiteto, cartunista, amante de música, literatura, cinema,
criador e editor do blog ClyBlog
 e um dos autores participante
s da coletânea
“Colorados – Nada Vai nos Separar”,
publicado pela editora Multifoco em 2012. 
Alexandre Durigon: Clayton, como você e a literatura se conheceram?
Cly Reis: O curioso é que relutei um pouco para aceitar a literatura na minha vida. Meu pai sempre teve muitos livros em casa, embora hoje eu consiga avaliar que não tivesse grande exigência de qualidade. Mas sempre me estimulou a ler. Tinha muitos best-sellers em casa, daqueles ordinários, tipo Sydney Sheldon, Marguerite Yourcenar e coisas do tipo, só que sempre no meio disso tudo um Cervantes, um Stoker, um Machado. Comecei a ler por essa espécie de 'pressão' dele, mas ainda sem prazer. Depois veio a época das fichas de leitura pra colégio, o que me incomodava por estar lendo coisas impostas contra a minha vontade. Aí desperdicei algumas boas leituras em nome dessa rebeldia lendo com desinteresse, fazendo de conta que lia, copiando fichas dos outros ou pegando livros fininhos pra acabar logo. O gosto mesmo acho que veio com o interesse por música, por rock. As inúmeras ligações que ambos têm. O fato de uma música do Cure ser baseada em Camus; de um Renato Russo querer ser Rosseau; de um álbum da Siouxsie remeter ao reino do espelho da Alice; de Morrissey ser apaixonado por Wilde; e mais tantas outras ligações e referências. Foi uma espécie de descoberta da palavra. As letras de música me mostraram um pouco disso. O quanto às palavras são belas e como podem adquirir tantas formas.



AD: Por que a profissão de escritor lhe interessou?

Cly: Na verdade, acho que não posso tratar as coisas nesses termos ainda. Não se trata, no meu caso, de uma profissão, embora a possibilidade me encante muito. Gosto muito de escrever. Gosto da liberdade da palavra e, como disse, de todas as possibilidades que ela oferece. Tive uma banda, de duração muito efêmera, na qual explorávamos exatamente isso: a liberdade. O que conseguíssemos tirar de um conjunto de palavras era aproveitado, frases desconexas podiam ser interessantes, contar uma estória no formato musical era válido, fazer uma paródia inteligente era algo estimulante. Acho que aí que comecei a escrever mesmo. Sem vergonha, sem filtros, valorizando o que saía de mim.
Fui muito estimulado também por três escritores, fundamentalmente: André Gide, que embora tenha um texto mais formal em determinada fase, defendia essa liberdade de escrita. Nunca vou me esquecer de quando li a introdução de "Os Frutos da Terra" e ele dizia ali "escrevi este livro numa época em que a literatura cheirava a mofo". Aquilo me fascinou e, efetivamente, o livro não obedece a nenhuma regra de ordem, formato ou conceito.
Também por Clarice Lispector e suas descrições apaixonadas pelo ato de escrever, como "escrever é uma pedra lançada num poço fundo", ou, "escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando esta palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu...". Notável!!!
E, por último, mas fundamentalmente, Charles Bukowski que, digamos assim, me tirou o medo de parecer fraco, ridículo, pretensioso ou incapaz. Sua garra, sua vontade de escrever, sua qualidade, sua crueza, sua simplicidade me seduziram. Quando escreveu "Não há nada que impeça um homem de escrever a não ser que ele impeça a si mesmo (...) A rejeição e o ridículo apenas lhe darão mais força.", aquilo parece que tinha sido escrito para mim. Acho lindo quando ele diz, "Não há perdas em escrever, faz seus dedos dos pés rirem enquanto você dorme; faz você andar como um tigre."



AD: Por que participar de uma antologia?
Cly: Exatamente por não ser um escritor profissional, me parece uma boa oportunidade de, por enquanto, mostrar meu trabalho de uma maneira mais ampla. Internet é ampla, mas determinados tipos de conteúdo tem que atingir um público específico e como sabemos, nem todo mundo lê o que está na internet. Muita gente vê um texto grande e já se assusta, só passa os olhos. Acho que a impressão papel direciona para quem realmente está interessado em determinado assunto. A pessoa não comprará, não pegará emprestado um livro, não manterá na bolsa, se não tiver um mínimo de interesse por aquilo. E me interessa que cause interesse. Eu quero ser lido.



AD: Fale um pouco sobre a (OMMCQC) II?
Cly: Gostei da proposta. Essa coisa de assassinos, matadores, maneiras de matar. Meu irmão que também escreve, foi quem me avisou que havia uma seleção de textos aberta e, como no meu blog, não raro tenho algum conto nesta linha, foi só selecionar um que considerasse que teria boas chances de entrar.



AD: Como você define o processo que envolve a compilação de uma antologia?
Cly: Na verdade, nós, autores selecionados, não participamos disso de forma muito direta, embora, em particular neste caso, da antologia (OMMCQC) II, o editor mantenha-nos sempre bastante atualizados sobre as etapas que estão acontecendo. Pelo que percebo, ainda que o trabalho seja árduo e intenso, desde as escolhas até a publicação, parece-me extremamente prazeroso e compensador. Logicamente que envolve muita dedicação e vontade, mas parece trazer suas compensações. 



AD: Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?
Cly: Eu ainda preciso 'experimentá-lo' de maneira mais efetiva mas ele me parece menos assustador do que se me afigurava antes. Me parece que quem quer, QUER MESMO, e tem qualidade, de uma maneira ou de outra acaba publicando. As oportunidades estão por aí, é só procurá-las e ter perseverança.



AD: Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?
Cly: Acho que sempre representa um temor a possibilidade de viver de arte no Brasil. Parece impossível a não ser que já se traga algum sobrenome, uma fama momentânea, um 'paitrocínio' ou algo do tipo. Posso estar enganado. Espero estar enganado. Sinceramente, acho que não correria um risco dessa natureza. Mesmo que venha a engrenar uma carreira de escritor em algum momento, sinto que deva manter uma outra atividade mais estável.



AD: De que maneira a internet atua em sua vida de escritor?
Cly: Ah, para mim, atualmente é meu meio. É meu canal. Coloco praticamente toda a minha produção criativa na internet, no meu blog. Na internet, na verdade, a gente nunca tem certeza de estar sendo lido, muitas vezes o visitante só vai lá e passa os olhos, se acovarda com um texto muito longo, mas só o fato de escrever e colocar ali para quem quer que possa se interessar já é válido. E se uma dessas pessoas realmente ler, apreciar, se fizer um comentário então, já terá sido extremamente compensador.



AD: Fale um pouco sobre o seu conto, "Hoje eu vou comer sua bunda"?
Cly: É um conto do qual gosto muito. Gosto da estrutura dele. Imodestamente, o considero muito bom nesse sentido. As passagens de tempo, os pontos de convergência, o desenvolvimento, a aceleração e desaceleração, são méritos de construção que só o bom leitor consegue perceber.
A minha matadora, anônima na verdade é uma assassina quase casual mas que gostou da coisa, ainda mais pelo fato do novo hobby estar ligado a um fetiche.
O curioso é que muito frequentemente, talvez por uma preocupação subconsciente de não ser interpretado como machista, coloco as mulheres em condição de destaque nos contos e, tendo escrito muitas histórias de assassinatos, frequentemente me aprecem boas matadoras. 



AD: Para encerrar: quais seus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Cly: O editor, Afobório, me elogiou de forma muito bonita, o que me estimulou bastante. Tenho uma boa produção de textos nos mais variados estilos, tenho uma crônica já publicada e até agora, 100% de aproveitamento nas tentativas de inclusão em publicações, o que também é muito estimulante. Por enquanto penso em incluir mais alguns contos em outras seleções que abrirem por aí, mas não é de se descartar tentar alguma coisa individual em breve. Também estou com um projeto em andamento de publicação de cartoons e tirinhas, que também são um ponto forte do meu blog, isso ainda é algo em curso, mas que aguardo com muita expectativa.


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*entrevista publicada originalmente na página da antologia no Facebook:
 https://www.facebook.com/pages/Os-Matadores-Mais-Cru%C3%A9is-Que-Conheci/527931777301099?fref=ts

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

COTIDIANAS nº264 - Especial 5 anos do ClyBlog - A Profissionalização da Demanda


Vivemos um problema dos mais fodas, muita gente falando bastante coisa com pouco conhecimento de causa e isso bagunça tudo. Acho que é preciso mais confiança no editor, porque um bom editor meu amigo, fala do que vive todo dia e não de suposições e fantasias promulgadas em grupos de FB e etc. Um editor que não fala coisas baseadas na verdade, e sim na conveniência, num primeiro momento, agrada ao autor, mas depois o desagrada, porque não conseguirá comandar uma publicação de bom resultado, e mais dia ou menos dia, pagará um preço por isso.
Eu entendo quando escuto que pagar é foda, o que muda é que muita gente não entende quando falo, que de graça, nem ponteiro de relógio se mexe. O autor não pode pagar, mas a editora e o editor podem trabalhar de graça, é isso? Se a grana tranca a publicação do autor, também veta o trabalho da editora. Uma coisa não está distante da outra.
Penso que grande parte dos equívocos acontece porque ainda não se sabe o que é uma editora independente e qual é o seu papel. Editoras independentes surgiram para publicar/dar uma força, para quem ainda não conseguiu dizer, eu sou autor da minha sonhada editora x, qual é a parte que ninguém entende?
Eu sei qual é. É que agora, como a demanda está em alta e tem revelado bons autores e bons livros, tal modalidade deixou de ficar em segundo plano e passou a estar em primeiro plano para muita gente, e isso borbulha um grande número de editoras no mercado, que muitas vezes oferecem um preço muito abaixo do mínimo necessário para que a publicação tenha qualidade editorial e relevância. Isso fode as coisas e queima o mercado! Porque surge o editor-meia-boca e o autor-especulador.
É preciso filtrar. Não há como fazer um bom livro sem um bom editor, sem um bom revisor, sem um bom design gráfico, sem uma boa estratégia de venda, sem um bom plano de divulgação, sem um bom autor etc. Um exemplo, por que existem tantas resenhas críticas no mercado sentando o pau sobre a ortografia de alguns livros feitos na demanda?
Por que um bom revisor tem o seu valor, e isso acresce custo no livro. E para cada bom profissional envolvido na confecção do folhoso, se ganha um novo custo. Eu não abro mão de qualidade em nenhuma etapa, e se é assim, entendo que tenho um preço compatível com o resultado final. Não existe milagre. E em minha mente, o que não tem qualidade não vende.
Eu também acho complicado ouvir certas coisas totalmente fora de contexto, como por exemplo, queremos livros mais baratos. Deveríamos enquanto profissionais, pedir por um melhor custo/benefício. É bem diferente. Ninguém consegue bons resultados nivelando uma produção editorial por baixo. Quanto mais barato o preço, mais barato é o resultado.
Quando profissional, a demanda não é uma vilã, é uma oportunidade para não mofar esperando um ‘sim’ que talvez nunca, ou quase nunca chega, porque viver num país que ferra com a arte é dose. Além do mais, eu acho que a demanda significa liberdade. Sempre publiquei assim e acho que consegui bons frutos com tal modalidade de publicação. É o que endossa um fato que se tornou a saída para muitos autores que fazem dela o seu repasto porque deu certo.
Sei que cada um entende essa coisa ‘de colher bons frutos’ de uma maneira pessoal. Quem sabe para você, eu pense muito baixo. Contudo, eu vislumbro um degrau de cada vez. Prefiro passos seguros para nunca retroceder. Não há nada mais importante para mim do que os meus livros, eu deixaria de fazer qualquer coisa para poder investir neles com o máximo de qualidade. Não vejo como simplesmente ‘pagar’, mas como uma oportunidade para aplicar a minha grana e lucrar com a venda deles.
Publicar pela demanda é tornar-se empresário de si mesmo. A premissa é, pague pela primeira publicação e com o seu lucro em mãos, gerencie as próximas. Eu acho que vale a pena. Mas não dá para usar o capital de publicação para tomar cerveja. É uma premissa empresarial. As adversidades são tudo o que vai mover o seu comportamento profissional. Elas existem para que você transforme cada uma delas em um desafio que precisa ser superado. É para frente que se anda, e quem não está disposto a dar um passo em frente, permanece no mesmo lugar e se desgasta um monte, sem qualquer necessidade.
Em minha mente, a demanda é uma escolha que funciona, mas que exige a profissionalização do autor enquanto escritor e também enquanto seu próprio investidor. Vejo o mercado da demanda atual, como sendo o mais promissor de todos os tempos. A publicação independente é o maior movimento literário já desencadeado em nosso país. Gera concorrência e aperfeiçoamento.
O autor publica, o mercado filtra, a qualidade se sobressai, é como em qualquer área profissional. Enquanto autor e editor entendo que profissionalizar o mercado é antes de tudo, ser coerente com as nossas palavras e com as nossas atitudes.
Penso que a demanda só pode ser estabelecida como um grande problema, a partir do momento em que não existem duas coisas, qualidade na obra e público leitor, porque a partir do momento em que você possui um bom produto enquanto livro e um público interessado em sua literatura, a demanda é a modalidade de publicação mais rentável para qualquer pessoa que escreve bem.
Outro detalhe, a demanda e o seu autor ainda enfrentam problemas de distribuição, porque existe preconceito com o profissional do meio, pois há uma questão que eu classifico como absurda, a exigência das livrarias em distribuir livros somente diante de um desconto de 40% ou 50% sobre o preço de capa. É uma proposta do tipo, a gente lucra se vender e vocês que se lasquem. Uma atitude assim, mina qualquer possibilidade e algo precisa ser avaliado aqui, porque tal postura é imposta primeiramente para a editora, só que normalmente, uma situação tensa como a que mencionei, acaba se tornando um atrito entre o autor e a editora, quando na verdade, a livraria que impõe o desconto como condição para a distribuição passa batida na discussão e isso não é justo com o editor, que aguenta uma reclamação totalmente passional.
Mas eu também tenho um argumento para dizer que a demanda é viável mesmo com restrições de distribuição, foi o que funcionou comigo e é o que eu e alguns editores e autores defendem como alternativa para a distribuição de nossos livros publicados pela demanda, o trabalho de campo. Se o autor desenvolver um bom projeto para o seu folhoso e conseguir transformar o enredo da sua obra em algo palpável e relevante para o leitor, é possível furar o bloqueio, discorrer sobre sua obra e tudo que a circunda, convertendo suas ações profissionais em venda direta ao público interessado, através de instituições e escolas. Falar sobre a sua obra é o trampo do autor, ou não? A rapadura é doce, mas não é mole. Temos de mudar o nosso jeito de pensar. Precisamos de alternativas ‘porque chorar não vale mais a pena’, cantou um dia o grande Celso Blues Boy.
Enfim, em um único texto é impossível falar sobre tudo e eu já escrevi demais, mesmo assim, espero que tal post sirva como uma injeção de ânimo em sua vida. A cultura do ‘faça você mesmo com uma editora legal’ é a única postura com capacidade para transformar uma porta fechada em uma porta aberta.
Aquele abraço! Sorte, luz e demanda, sempre!


por Afobório


Afobório é o pseudônimo do gaúcho Alexandre Durigon, escritor, editor e revisor de texto, organizador e autor em várias antologias, entre elas, "Contos Medonhos", "The King", "Mistério das Sombras", "A Morte do Outro Lado da Luneta", "Os Matadores Mais Crueis Que Conheci", sua sequência, recentemente lançada, "Os Matadores Mais Cruéis Que Conheci' vol. II, além dos romances "Livre para Ser Preso" e "Contos de Amor e Crime - Um Romance Violento". Afobório é idealizador e coordenador do projeto social, PROJETO BALACLAVA, que leva a literatura as escolas públicas e municipais e atualmente, dedica-se a seu novo projeto, a editora Os Dez Melhores, que abre espaço para publicações de novos autores.
Informações e trabalhos do autor você encontra em (www.medoemorte.blogspot.com.br)


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Raul Seixas - "Metrô Linha 743" (1984)

Raul Seixas: o maquinista do Metrô Linha 743



"Não interessa,
 pouco importa, fique aí!
Eu quero saber
o que você estava pensando
Eu avalio o preço
me baseando no nível mental
Que você anda por aí usando
E aí eu lhe digo o preço
que sua cabeça
agora está custando."
Raul Seixas




Em 1984 acontecia a campanha ‘Diretas Já’ em apoio à proposta de eleições diretas para presidente. Um dos maiores movimentos políticos que a sociedade brasileira já testemunhou. E neste mesmo ano Raul Seixas lançava mais um disco, intitulado de "Metrô Linha 743" pela gravadora Som Livre (e que foi reeditado em 2004). Um álbum que eu acho sensacional e por isto destaquei algumas faixas (da edição de 84) que acredito que podem resumir o clima desta produção fonográfica e o que ela tem a ver com a gente enquanto membro da sociedade brasileira nos dias de hoje.

A primeira faixa é a que nomeia o álbum ‘Metrô Linha 743’ e eu a referencio aqui: ‘Ele ia andando pela rua meio apressado/ Ele sabia que estava sendo vigiado/ Cheguei para ele e disse: ei amigo, você pode me ceder um cigarro?/ Ele disse: eu dou, mas vá fumar lá, do outro lado/ Dois homens fumando juntos pode ser muito arriscado’, uma evidente alusão ao fato de que o governo militar não via com bons olhos quem andava em grupo, pois a união faz a força.


O irreverente Raul
sempre dando um nó no Sistema
E quando se fala em Raul não se pode separar a sua obra da política e dos movimentos sociais. Assim sendo, a próxima que invoco é a ‘Canção do Vento’, porque em meu modo de olhar solidifica a ideia de que o músico sentia (e boa parte da nação também) a necessidade de derrubar o regime militar para que fosse possível redescobrir um novo Brasil. Esta é a intenção autoral que assimilo ao ouvi-la, e tudo isto me soa como maturidade profissional extrema para que Raul pudesse chegar onde queria com a sua mensagem e a letra diz tudo: ‘Lá vai o vento, Brasil adentro’.

Por isto, a energia que envolve o disco ‘Metrô Linha 743’ me parece sim, um tanto quanto política, não por nada teve a música ‘Mamãe Eu Não Queria’ censurada, pois nesta faixa, o músico Raul aborda que: ‘O exército é o único emprego para quem não tem nenhuma vocação’, questionando a obrigatoriedade do serviço militar.

E neste álbum também são resgatadas duas canções, a primeira delas é ‘O Trem Das Sete’ conforme transcrevo: ‘Ói, já é vem, fumegando, apitando e chamando os que sabem do trem/ Ói, é o trem/ Não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem/ Quem vai chorar?/ Quem vai sorrir?/ Quem vai ficar?/ Quem vai partir?’, uma contundente menção ao seguinte conceito imposto pelo regime militar através de campanhas publicitárias: ‘Brasil: Ame-o ou deixe-o!’ e que originalmente faz parte do disco ‘Gita’ (ano de 74).

A segunda é intitulada de ‘Eu Sou Egoísta’ e aponto a letra: ‘Eu vou, sempre avante no nada infinito/ Flamejando meu rock, o meu grito/ Minha espada é a guitarra na mão’, e nesta canção o músico proclama com todas as letras que a sua arte é a sua arma contra o Sistema e a faixa citada faz parte originalmente do disco ‘Novo Aeon’ (ano de 75).

Assim sendo, penso que o álbum ‘Metrô Linha 743’ reafirma a postura que o maquinista Raul sempre impôs para o Sistema e a indústria fonográfica durante toda a sua carreira: para lançar Raulzito era preciso vender um artista questionador e que fazia uso da sua arte para expressar as suas ideias e estabelecer um canal de comunicação com as pessoas.

E o Sistema sempre soube que deveria podar Raul em tudo que pudesse e o quanto mais fosse possível. Contudo, Raulzito fazia ideia de que a sua postura o vestia de indecente, impróprio e indecoroso perante as gravadoras e o governo e compreendia que isto lhe custaria algo, e o uso da metáfora foi a sua grande arma para encarar a censura e veicular a sua música.

Porém, o Sistema não recusa dinheiro, e isto manteve o nosso Raulzito na cabeça das pessoas por todo este tempo graças ao poder da mídia. E certamente é por isto que quando saio para tomar umas a mais e ouvir um som em algum bareco, lá pelas tantas alguém grita: ‘toca Raul’, e na minha visão, isto não tem preço.

Acho que o ‘Metrô Linha 743’ de Raul Seixas tem tudo a ver com política e com a nossa sociedade atual, porque de alguma maneira este álbum contribuiu para com a postura que muitos de nós assumimos hoje, assim como com a democracia da qual todos nós usufruímos. É por isto que em minha visão, a arte tem um papel muito maior do que o entretenimento e assume o desafio de formar opinião.

E para finalizar aproveito e deixo a listagem com todas as faixas que compõem o álbum pela ordem. Um grande abraço e até mais, valeu mesmo, sorte, luz e Raulzito, sempre!

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FAIXAS:
  1. Metrô Linha 743 (Raul Seixas)
  2. Um Messias Indeciso (Raul Seixas / Kika Seixas)
  3. Meu Piano (Raul Seixas / Kika Seixas / Cláudio Roberto)
  4. Quero Ser O Homem Que Sou (Dizendo a verdade) (Raul Seixas / A. Simeoni / Kika Seixas)
  5. Canção do Vento (Raul Seixas / Kika Seixas)
  6. Mamãe Eu Não Queria (Raul Seixas)
  7. Mas I Love You (Pra Ser Feliz) (Rick Ferreira / Raul Seixas)
  8. Eu Sou Egoísta (Raul Seixas / Marcelo Motta)
  9. O Trem das 7 (Raul Seixas)
  10. A Geração da Luz (Raul Seixas / Kika Seixas)
*11. Anarkilópolis (Raul Seixas/Sylvio Passos) Metrô Linha 743.
(*Em 2004 o disco foi reeditado com a inédita ‘Anarkilópolis’, não lançada na época).

***********************************
Ouça:
Raul Seixas Metrô Linha 743


por Afobório




Afobório é o pseudônimo do gaúcho Alexandre Durigon, escritor, editor e revisor de texto, organizador e autor em várias antologias, entre elas, "Contos Medonhos", "The King", "Mistério das Sombras", "A Morte do Outro Lado da Luneta", "Os Matadores Mais Crueis Que Conheci", sua sequência, recentemente lançada, "Os Matadores Mais Cruéis Que Conheci' vol. II, além dos romances "Livre para Ser Preso" e "Contos de Amor e Crime - Um Romance Violento". Afobório é idealizador e coordenador do projeto social, PROJETO BALACLAVA, que leva a literatura as escolas públicas e municipais e atualmente, por sua editora, Os Dez Melhores, que abre espaço para publicações de novos autores.


terça-feira, 24 de setembro de 2013

[OMMCQC] vol. II


Em fase final de revisão pelo editor, o escritor Afobório, a antologia "Os Matadores Mais Cruéis que Conheci" - volume II, não tardará muito a ir para ir para o 'forno' e, por certo, em breve estará nas prateleiras das melhores casas do ramo (e das piores, também). No entanto, o próprio editor adverte os futuros leitores que se aventurarem a folhear as páginas do 'livro da morte': "mantenham uma bacia por perto para recolher o sangue!"
(Ai, ai, ai...Vem coisa por aí!)

Abaixo, a tarja concedida pelo editor aos autores que fazem parte da antologia. Uma espécie de "selo de qualidade Matador".




Em breve, nas melhores livrarias, "Os Matadores Mais Cruéis que Conheci" - volume II, com um conto de Cly Reis, das cotidianas aqui do ClyBlog.

Aguardem!




C.R.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

ClyBlog + Os Dez Melhores



"Queremos publicar bons livros
de bons escritores,
elaborando um projeto de divulgação
para cada um de nossos lançamentos,
para que o autor comercialize seu livro
e lucre com esta venda também.
Queremos oferecer aos autores publicados
sob nosso selo um trabalho sério,
profissional e exclusivo,
que inclui avaliação, edição, produção,
publicação, divulgação e distribuição."
expediente da ed. Os Dez Melhores



É com grande satisfação que venho anunciar o início da parceria, a  partir desta data, do clyblog com a editora Os Dez Melhores. O surgimento da ideia da colaboração deu-se por conta do meu contato com o criador da editora, Afobório, originado quando da seleção para a antologia "Os Matadores Mais Cruéis que Conheci, vol. II", e transformado em amizade virtual a partir de então, muito em função da mútua admiração pelo trabalho um do outro.
As colaborações pontuais do Afobório no clyblog, como a COTIDIANAS ESPECIAL de 5 ANOS, por exemplo, geraram o meu convite para que elas se tornassem mais frequentes e, da parte dele, para que nossos meios de divulgação se tornassem parceiros.
E tinha como dizer não?
Ora, um enorme prazer me dá em fazer parte deste notável projeto que abre espaço para autores que procuram uma maneira de mostrar seu talento e potencial. E é isso que a Os Dez Melhores proporciona: além dessa oportunidade, oferece ao seu cliente, O AUTOR, um tratamento realmente sério, atencioso e profissional visando sucesso para ambas as partes, a editora e para o autor.
Além disso a editora apresenta também uma belíssima iniciativa, o projeto Nascedouro, que incentiva e seleciona talentos literários dentro de escolas, ONG's e outras instituições, com oficinas itinerantes que estimulam o gosto pela leitura e pela escrita.
Publicações, ações, eventos e conteúdo da editora, tudo isso poderá ser encontrado neste nosso espaço a partir de agora com resenhas sobre os novos lançamentos do selo e promoções.
É com muito prazer que dou início a esta parceria.
Sucesso para nós.
Um brinde!


Cly Reis

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Sarau "Conte Uma Canção - vol.2"




O ClyBlog e a editora Multifoco promovem no próximo dia 18 de dezembro um evento no qual serão lidos em público os contos dos editores deste blog, Daniel Rodrigues e Clayton Reis, presentes na antologia "Conte Uma Canção - vol.2" publicada este ano. Um sarau ao melhor estilo onde serão lidos os contos “O Filho do Diabo” e “Heart Fog” com a participação especial da atriz convidada Luciana Zule para as leituras.
Daniel Rodrigues já é autor premiado tendo recebido em 2013 o Prêmio Açorianos de Literatura por seu excelente "Anarquia na Passarela" e nos últimos tempos tem se destacado ela participação em coletâneas e antologias como nesta "Conte Uma Canção - vol.2". Clayton Reis também já figura em diversas publicações tendo uma crônica no livro "Colorados - Nada Vai nos Separar" e contos nas coletâneas "OMMCQC II - Os Matadores Mais Cruéis Que Conheci, vol.2", "Big Buka: Para Charles Bukowski", "Post Mortem" e logicamente, também no livro que motivará o evento.
A entrada é gratuita e após a leitura podemos desfrutar de um momento agradável num bate-papo descontraído sobre os contos, sobre literatura, sobre música ou sobre o que der vontade de falarmos.
Estão todos convidados e será uma enorme satisfação contar com sua presença.

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SERVIÇO
Sarau de Leitura de contos da antologia “Conte uma Canção - vol.2”
dia: Domingo, 18 de dezembro
horário: 15h
local: Multifoco Bistrô (R. Mem de Sá, 126
Lapa – Rio de Janeiro)

domingo, 12 de janeiro de 2014

Promoção [OMMCQC]



E o ganhador do sorteio de um exemplar do livro "Os matadores mais cruéis que conheci ",  volume II,  sorteado entre mais de 50 pessoas, foi Kaleo Frank, de Roraima, que receberá seu prêmio em sua casa, pelo correio. É só aguardar que em breve estará pintando por aí.
Parabéns, Kaleo.
Entraremos em contato, via Facebook para informações de envio.
Quanto aos demais. Só temos a agradecer. Obrigado a todos que visitaram nossa página, visitaram o blog, curtiram e compartilharam. Apareçam sempre aqui pelo Clyblog que sempre temos muita variedade, coisas novas e interessantes.
Em breve a gente inventa outra coisa pra galera participar de novo.
Valeu.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Promoção Big Buka




A editora Os Dez Melhores está lançando o livro "Big Buka: Para Charles Bukwski", um antologia em homenagem a este grande escritor, este despretensioso filósofo cotidiano, perspicaz observador da natureza humana e cronista da vida urbana. O coletivo, organizado pelo escritor Afobório ("Contos de Amor e Crime", "Livre Para Ser Preso", "Os Matadores Mais Cruéis que Conheci - vol.II", entre outros), traz 10 contos que transitam pelo universo bukowskiano de mulheres, bebida, almas sozinhas e desesperadas, ou mesmo, do próprio processo de escrever.
Quer ganhar um?
Vai lá na página do Clyblog no Facebook e dá um CURTIR na promoção "SORTEIO BIG BUKA" você já está dentro. O sorteio acontece no dia 17 de agosto. Fique ligado.



"Big Buka: Para Charles Bukowski"

Autores:
  • Cly Reis
  • Afobório
  • Fabio Mourão
  • Heliton Queiroz
  • Jeremias Soares
  • Marina de Campos
  • Max Moreno
  • Rafael Simeão
  • Willian Couto
  • Wuldson Marcelo



*você pode adquirir o livro na loja virtual da Editora Os Dez Melhores clicando no link abaixo:

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

"(OMMCQC)" volume II, Ed. Multifoco (2013)


“ 'Matar é a nossa natureza!'.
Está aberto o reino da morte
em seu recente volume.
do prefácio da antologia,
por Afobório
(organizador e editor)


E saiu!
Chegou finalmente às minhas mãos o exemplar do livro "Os Matadores Mais Cruéis que Conheci", vol. II, (Ed. Multifoco, 2013) do qual faço parte com um dos contos ("Hoje eu vou comer sua bunda").
Trata-se de uma coletânea com 37 contos pautados pela natureza assassina do ser humano. Profissionais, amadores, estilosos, cruéis, acidentais, ... com facas, com machados, com sapatos, com pistolas,... em casa, no porão, no motel, na rua, na cadeia... Tem assassinos, assassinatos e armas para todos os gostos e estilos e gente de muito boa qualidade contando as histórias.
'Deliciem-se' com um pouco de sangue.


Cly Reis