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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Meus 10 melhores baixistas de todos os tempos

Não é a primeira vez – nem deve ser a última – que, abismado com alguma lista de supostos “melhores” publicada na imprensa, eu venha aqui por meio do Clyblog manifestar a minha contrariedade. E preferências. O modo de fazê-lo é, no entanto, não apenas criticando, mas montando a minha própria lista em relação àquele mesmo tema. Desta vez, o alvo é uma listagem publicada pela famosa revista de música britânica New Musical Express, que elencou os 40 maiores baixistas de todos os tempos (?!).

De novo, minha ressalva é pelos critérios. Como respeitar uma seleção que não inclui, pelo menos entre os 40, nomes fundamentais do instrumento para o desenvolvimento da música pop como Geddy Lee, do Rush, ou Steve Harris, do Iron Maiden? “Ah, Simon Gallup (The Cure) e Matt Freeman (Rancid) não são ‘dinossauros’ virtuosos”. Mas Krist Novoselic (Nirvana) nem Colin Greenwood (Radiohead) o são – e estão entre os votados. E mais: está lá – por merecimento, diga-se – o jazzista Charles Mingus. Ok, mas, se vai entrar na seara do jazz, da qual diversos músicos são de altíssima qualidade, técnica e influência, como não abarcar os óbvios nomes de Ron Carter, Paul Chambers, Jimmy Garrison, Stanley Clarke, Marcus Mïller e Dave Holland? Ou ainda: em 40, nenhum brasileiro? Nem Dadi, Bi Ribeiro ou Arthur Maia? Num mundo globalizado e conectado como o de hoje, foi-se o tempo em que músicos como eles eram meros desconhecidos de um país de música desimportante para o cenário mundial.

Como dizem por aí: “se não sabe brincar, não desce pro play”! Parece, sinceramente, que a tão consagrada NME não tem gente suficientemente entendedora daquilo que está tratando. As lacunas, sejam pelos critérios tortos, desconhecimento ou até preconceito, comprometem as escolhas largamente. Além disso, a ordem de preferências é bastante questionável. Parece terem optado por contemplarem baixistas de todos os estilos e subgêneros dentro daquilo que se considera música pop e deram “com os burros n’água”. Claro que há acertos, mas muito mais pela obviedade (seriam também loucos de não porem Jaco Pastorius, John Paul Jones, Kim Deal ou John Entwistle), fora que há aberrações como Flea aparecer numa ridícula 22ª posição - a Rolling Stone, em 2011, havia escolhido o baixista do Red Hot Chili Peppers como 2º melhor...

Pois, então, minimamente tentando “corrigir” o que li, monto aqui a minha lista de 10 preferidos do contrabaixo. Toda classificação deste tipo, inclusive a minha, é cabível de julgamento, sei. Porém, ao menos tento, com o conhecimento e gosto que tenho, desfazer algumas injustiças a quem ficou inexplicavelmente mal colocado ou, pior, nem incluso foi. E faço-o com algumas regrinhas: 1) sem ordem de preferência; 2) lançando breves justificativas e; 3) ao final de cada, citando três faixas em que é possível ouvir bons exemplos do estilo, performance e técnica de cada um dos escolhidos.

1 - Peter Hook
Um dos mal colocados da lista da NME, Peter Hook é certamente o baixista da sua geração que melhor desenvolveu sua técnica, tornando-se quase que o principal “riffeiro” do New Order. Entretanto, seu estilo próprio e qualidade já se notam desde o 1º disco da Joy Division. Baixo inteligente, potente e de muita personalidade.

Ouvir: “She’s Lost Control” (Joy Division); "Leave Me Alone" (New Order); “Regret” (New Order)



2 - Ron Carter
Qualquer um que pense em elencar os melhores contrabaixistas de todos os tempos, jamais pode deixar de mencionar o mestre do baixo acústico, cujo toque inconfundível tem inequívoca presença para a história do jazz, da MPB e da música pop moderna. O homem simplesmente tocou no segundo quinteto clássico de Miles Davis, participou da gravação de “Speak No Evil”, do Wayne Shorter, e tocou nos discos “Wave” e “Urubu” de Tom Jobim, pra ficar em três exemplos. Aos 80 anos, Ron Carter é uma lenda vida.

Ouvir: “Blues Farm” (Ron Carter); “O Boto” (com Tom Jobim); “Oliloqui Valley” (com Herbie Hancock)


3 - Flea
O cara parece de outro mundo. Compõe linhas de baixo complexas e não apenas sustenta tal e qual durante os show como o faz improvisando e pulando enlouquecidamente. Vendo Flea no palco, seja na mítica banda punk Fear, no Chili Peppers ou em participações como as com Jane’s Addiction e Porno for Pyros, parece fácil tocar baixo. Como diziam Beavis & Butthead: “Flea detona!”

Faixas: “Sir Psycho Sexy” (Red Hot Chili Peppers); “Pets” (Porno for Pyros); “Ugly as You” (Fear)


4 - Jaco Pastorius
Dos acertos da lista da revista. Afinal, como deixar de fora a maior referência do baixo do jazz contemporâneo? O instrumentista e compositor, presente em gravações clássicas como “Bright Size Life”, de Pat Metheny, e “Hejira”, de Joni Mitchell, equilibra estilo, timbre peculiar e rara habilidade. Como seria diferente vindo de alguém que se diz influenciado (nessa ordem) por James Brown, Beatles, Miles Davis e Stravinsky?

Ouvir: “Birdland” (com Weather Report); “The Chicken” (Jaco Pastorius); “Vampira” (com Pat Metheny)


5 - Geddy Lee
Quando o negócio é power trio, fica difícil desbancar qualquer um dos três no seu instrumento. Caso de Geddy Lee, do Rush. Mas acreditem: ele não está na lista da NME! Pois é: alguém que cria e executa linhas de baixo altamente criativas, de estilo repleto de contrapontos (e ainda toca teclado com o pé ao mesmo tempo), não poderia deixar de ser citado jamais. Pelo menos aqui, não deixou.

Ouvir: “La Villa Strangiato”; “Xanadu”, “Spirit Of The Radio


6 - Les Claypool
Outro dos gigantes do instrumento que não tiveram sua devida relevância na lista da NME (29º apenas). Principal compositor de sua banda, o Primus (outro power trio), Claypool, além disso, é um verdadeiro virtuose, que faz seu baixo soar das formas mais improváveis. Tapping, slap, dedilhado, com arco: pode mandar, que ele manja. Domínio total do instrumento.

Ouvir: “My Name is Mud”; “Tommy The Cat”; “Mr. Krinkle


7 - Simon Gallup
Se Peter Hook aperfeiçoou o baixo da geração pós-punk, colocando-o à frente muitas vezes da sempre priorizada guitarra no conceito harmônico do Joy Division e do New Order, o baixista do The Cure não fica para trás. Dono de estilo muito próprio, seu baixo é uma das assinaturas do grupo. Se a banda de Robert Smith é uma das bandas mais emblemáticas dos anos 80/90 e responsável por vários dos hits que estão no imaginário da música pop, muito se deve às quatro cordas grossas de Gallup.

Ouvir: “Play for Today”; “Fascination Street”; “A Forest


8 - Mark Sandman
Talvez a maior injustiça cometida pela NME – pra não dizer amnésia. Se fosse apenas pela mente compositiva e pelo belo canto, já seria suficiente para Sandman ser lembrado. Mas, além disso, o líder da Morphine, morto em 1999, era um virtuose do baixo capaz de inventar melodias com a elegância do jazz e a pegada o rock. Fora o fato de que seu baixo soava a seu modo, com a afinação totalmente fora do convencional, que ele fazia parecer como se todos os baixos sempre fossem daquele jeito: geniais.

Ouvir: “Buena”; “I'm Free Now”; “Honey White



9 - Bernard Edwards
A Chic tinha na guitarra do genial Nile Rodgers e no vocal feminino e no coro de altíssima afinação uma de suas três principais assinaturas. A terceira era o baixo de Bernard Edwards. O toque suingado e vivo de Edwards é um patrimônio da música norte-americana, fazendo com que a soul disco cheia de estilo e harmonia da banda influenciasse diretamente a sonoridade da música pop dos anos 80 e 90.

Ouvir: "Good Times" (Chic); “Everybody Dance“ (Chic); “Saturday” (com Norma Jean)"



10 - Bootsy Collins
Quando se pensa num contrabaixista tocando com habilidade e alegria, a imagem que vem é a de Bootsy Collins. Ex-integrante das míticas bandas Parliament-Funkadelic e da The J.B.’s, de James Brown, Bootsy é um dos principais responsáveis por estabelecer o modo de tocar baixo na black music. Quem não se lembra dele no videoclipe de “Groove is in the Heart” do Deee-Lite? A NME não lembrou...

Ouvir: “P-Funk (Wants to Get Funked Up)” (com Parliament); “Uncle Jam” (com Funkadelic); “More Peas” (com James Brown & The J.B.'s)



por Daniel Rodrigues
com a colaboração de
Marcelo Bender da Silva
e Ricardo Bolsoni

sexta-feira, 4 de maio de 2012

The Cure- "Pornography" (1982)

"As críticas foram muito divididas,
não ia muita gente aos shows,
mas eu sentia que finalmente
havíamos feito um grande disco."
Robert Smith


Durante muito tempo este foi o disco da minha vida. Hoje em dia tenho que admitir que não é mais "O" disco da minha vida, conheci muitos outros, descobri coisas interessantíssimas de alta qualidade, alto valor técnico, histórico, referencial, etc., mas posso afirmar tranquilamente que ainda é "UM DOS" grandes álbuns da minha discoteca. Naquela época, metade dos anos 80 quando descobri o The Cure, auge da minha fase darkzinha, se tinha um disco traduzia precisamente todo aquele clima e atmosfera era certamente o "Pornography" do The Cure. Um disco denso, pesado, de letras mórbidas, sofridas, sombrias e negativas, muito centralizado nos trabalhos de bateria e com arranjos de guitarra marcantes e bem desenhados.
A pessimista "One Hundred Years" ("It doesn't matter if we all die") que abre o disco exemplifica bem isso: uma programação de bateria contínua muito bem desenvolvida com uma guitarra estridente e angustiante como que solando o tempo todo e teclados preenchendo os espaços sufocantemente. "One Hundred Yeras" parece sangrar.
Com uma batida tribal lenta e cansada, a bizarra, surreal e inquietante "Siamese Twins" traz outro trabalho de guitarra notável de Robert Smith em uma interpretação dolorida e agonizante.
'The Figurehead", outra das grandes do álbum tem por sua vez destaque para o baixo de Simon Gallup, numa condução firme, com uma melodia dura, acompanhando uma batida de tons militares de Tolhurst, numa canção que aborda o tema das drogas, tão presente no grupo naquele momento, e os efeitos de estar preso a elas ("I will never be clean again").
"Strange Day", talvez a mais leve do disco também traz outra performance legal de Gallup no baixo, com uma base que lembra muito a de "Charlotte Sometimes"; "A Short Term Effect" vem com uma 'confusão' de guitarras zunindo, dando rastantes, cortando o ar, quase sufocadas pelo som da beteria que parece querer estourar; a gélida "Cold" depois de iniciar com um violoncelo aterrador, explodir numa batida alta e poderosa, se transforma numa suplicante e sombria canção de amor ("Your name like ice into my heart"); e "Hanging Garden", o single do álbum, mostra o perfeito conjunto na proposta do projeto, desde a programação de bateria em rolos contínuos de Tolhurst, ao baixo seguro e preciso de Gallup, e na guitarra aguda e perturbadora de Robert Smith, completada por sua interpretação amedrontadora.
O Cure que sempre deu bons desfechos para seus discos, neste não fez diferente e, se não trata-se de uma grande canção, esta que é o título do álbum, "Pornography", sem dúvida alguma, no mínimo faz com que fiquemos com as sensações de inquietude e angústia vivas mesmo depois que a música barulhenta e claustrofóbica, cheia de ruídos e de diálogos de filmes incompletos e indecifráveis, é interrompida quase que abrupatamente terminando a audição. De deixar sem fôlego.
Certamente até hoje, um dos grandes discos da minha vida.

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FAIXAS:
  1. One Hundred Years
  2. A Short Term Effect
  3. The Hanging Garden
  4. Siamese Twins
  5. The Figurehead
  6. A Strange Day
  7. Cold
  8. Pornography
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Ouça:
The Cure Pornography



Cly Reis

terça-feira, 2 de abril de 2013

"The Cure In Orange", de Tim Pope (1987)




Na semana em que o The Cure retorna ao Brasil para shows aqui no Rio e em São Paulo, aproveito para destacar o filme, registrando um concerto épico da banda na França, num anfiteatro romano na província de Orange, que por sinal empresta seu nome e cor ao filme: “The Cure in Orange”.
Dirigido por Tim Pope, amigo dos integrantes e diretor de diversos clipes da banda, o filme registra um concerto na íntegra transcorrendo desde o entardecer até o cair da noite, o que associado ao cenário das ruínas do bem conservado anfiteatro, reforça toda uma atmosfera cenográfica e apropriada ao visual e proposta do grupo. Com uma forma muito particular de conduzir o filme, o diretor se vale da identidade visual dos próprios videoclipes para compor a filmagem do concerto, balançando a câmera, levando-a quase no rosto dos músicos e trabalhando cores vivas em “Inbetween Days”, utilizando um discreto slow-motion em “A Night Light This”; imitando raios de sol entrando entre árvores em “A Forest”; ou perseguindo o cantor em “Close to Me”.
Robert Smith, de cabelo 'normal'
revelado pelo amigo Gallup
O show tem uma particularidade interessante registrada pelo diretor logo no início do filme: na entrada da banda para o palco, ao som de “Relax” do The Glove como música de entrada, Robert Smith, de cabelo cortado, provavelmente para não desapontar o público que sempre espera vê-lo com a tradicional juba desgrenhada e arrepiada, entra no palco com uma peruca imitando a ele próprio, mas logo é ‘desmascarado’ pelo baixista Simon Gallup que tira o adereço jogando-o longe. Aí, de cabelo curto mesmo, abrem o showzaço com a matadora “Shake Dog Shake” que mesmo não sendo lá tão enérgica já abre a roda de pogo na galera; mas “Play for Today”, sim, de apelo pós-punk mais evidente incendeia o pessoal da frente do palco e a roda punk come solta. O show, impecável do início ao fim, traz diversos grandes momentos musicais e visuais, como as já citadas “Inbetween Days”, “Close to Me” e “A Forest”; "One Hundred Years" intensa e com uma iluminação sinistra e misteriosa; “Sinking” mais sombria do que nunca; "Faith" em uma execução belíssima e emocionante; e uma “Give Me It” enlouquecida com uma filmagem totalmente agitada, movimentada e tremida.
A proximidade do final do show vai revelando um êxtase crescente por uma apresentação até então enlouquecedora e que a cada música parecoia reservar um encerramento não menos que grandioso. E é o que acontece com a sequência que costumava fechar muitos shows da banda naquela época; depois de “10:15 Saturday Night” que sempre empolga o público, a banda fechava com a tradicional “Killing na Arab” vibrante, elétrica, agressiva botando abaixo o resto das ruínas do anfiteatro de Orange.
Um final apoteótico. Extático. Catártico.
Um dos melhores registros em filme de uma banda ao vivo, com uma performance competente e inspirada, muitíssimo bem filmada e dirigida, num cenário altamente sugestivo e apropriado.
Como não é todo dia que o Cure passa por aqui, é recomendável aos fãs terem em casa e assistirem sempre que baterem as saudades. Satisfação garantida.

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O anfiteatro de Orange,
cenário espetacular para um show não menos incrível
FAIXAS:
1. "Relax", do The Glove (introdução)
2.  "Shake Dog Shake"
3. "Piggy in the Mirror"
4. "Play for Today"
5. "A Strange Day"
6. "Primary"
7. "Kyoto Song"
8. "Charlotte Sometimes"
9. "Inbetween Days"
10. "The Walk"
11. "A Night Like This"
12. "Push"
13. "One Hundred Years"
14. "A Forest"
15. "Sinking"
16. "Close to Me"
17. "Let's Go to Bed"
18. "Six Different Ways"
19. "Three Imaginary Boys"
20. "Boys Don't Cry"
21. "Faith"
22. "Give Me It"
23. "10.15 Saturday Night"
24. "Killing an Arab"
25. "Sweet Talking Guy", dos The Chiffons (música de encerramento)


Cly Reis

quinta-feira, 4 de abril de 2013

The Cure - "The Head on the Door" (1985)



The Cure - The Head on the Door (clyblog)
"Acho que muitos fãs gostam desse disco porque ele está balanceado.
Tem o nosso lado mais soturno como em 'The Blood',
mas há momentos muito relaxados como em 'In Between Days' e 'Close to Me' ."
Robert Smith
“The Head on the Door” , de 1985, é certamente o disco mais pop do The Cure. Mas isso não significa que a banda tenha meramente se entregado ao mercado musical fazendo o que a 'indústria' e o grande público desejavam. O álbum é resultado de toda uma bagagem que o Cure foi agregando ao longo de sua trajetória desde o punkzinho dos dois primeiros discos, a atmosfera dark da fase seguinte, o synth-pop da época que o Cure foi apenas uma dupla, chegando à metade dos anos oitenta tão bem constituída a ponto de dar subsídio para que a banda conseguisse produzir um trabalho extremamente variado sem abrir mão de sua identidade sonora e de suas convicções, com qualidade e personalidade.

“In Between Days “ que abre o disco dá a mostra do quão acessível é esse trabalho da banda, num dos maiores hits de sua carreira. Uma base com um violão marcante, um teclado fluído e inconfundível e um refrão daqueles de não tirar da cabeça. A segue “Kyoto Song”, uma belíssima e perturbadora balada de característica sonora bem à japonesa; uma levada agressiva de violões à espanhola dão início e pautam toda a forte e intensa “The Blood” que vem na sequeência, cujos versos "I'm paralized by the blood of Christ" são resultado de alucinações causadas por um vinho português; vem em seguida “Six Different Ways”, psicodélica, interessante, mas nada mais que apenas graciosa; mas “Push”, a seguinte, com uma introdução longa, típica do Cure, apresentando primeiro toda a parte sonora antes de entrar com a letra, tem um dos melhores trabalhos de guitarra de Robert Smith, nesta que é para mim uma das grandes músicas do álbum.

“The Baby Screams”, que durante algum tempo até mesmo abriu shows da banda, é uma interessante mistura de guitarras com recursos eletrônicos com Robert Smith verdadeiramente gritando, numa interpretação muito legal e interessante; vem na sequência outro super-hit, “Close to Me” com sua batida seca, vocal quase sussurado e tecladinho adorável. Não precisaria nem dizer que é uma das melhores da banda até hoje. O acerto pela simplicidade. “A Night like This’ é outra jóia do disco. Música belíssima, bem composta, tristinha (como de costume) mas de uma leveza impressionante.  Tem um solo de sax lindíssimo que, se o ouvinte não estiver derretido até ali, cai de vez depois dele. Gosto muito de “Screw”, esquisitona, quebradiça, com destaque especial para o ótimo Simon Gallup e seu baixão distorcido. E então o disco fecha magistralmente com a ‘climosa’ “Sinking”, sombria, soturna, depressiva, para, se havia ficado alguma dúvida, ter-se certeza de que tudo o que ouviu-se até então era realmente o bom e velho The Cure.

Um trabalho perfeito de síntese musical dos anos 80. A mistura exata entre o clima de obscurantismo do início da década com a fórmula pop que consegue atirngir o grande público. Com sua melhor formação e auge técnico, o Cure conseguia com um álbum impecável atingir o sucesso comercial, não trair a si próprio, ganhar novos fãs e manter os existentes sem desagradá-los. Nem é meu preferido, até porque sou mais fã dos discos bem ‘góticos’ por assim dizer, como "Disintegration", “Faith”, "Pornography", mas reconheço sua alta qualidade e não estranharia e não tiraria a razão de algum fã se me afirmasse ser este o melhor disco do The Cure.
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FAIXAS:
  1. "In Between Days" – 2:57
  2. "Kyoto Song" – 4:16
  3. "The Blood" – 3:43
  4. "Six Different Ways" – 3:18
  5. "Push" – 4:31
  6. "The Baby Screams" – 3:44
  7. "Close to Me" – 3:23
  8. "A Night Like This" – 4:16
  9. "Screw" – 2:38
  10. "Sinking" – 4:51
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Ouvir:

sexta-feira, 5 de abril de 2013

The Cure - HSBC Arena - Rio de Janeiro (04/04/2013)


Uma noite Como Essa
por Cly Reis

foto: site Terra
O The Cure está definitivamente redimido comigo. Como se precisasse depois da quantidade de músicas que me proporcionaram embalando minha vida há quase 30 anos. Mas se redimiramem relação ao show do Hollywood Rock de 1996, para o qual fui cheio de expectativas e saí relativamente desapontado. Digamos que fizemos as pazes no que diz respito a apresentações ao vivo.

Desta vez não! Uma banda vibrante, pilhada, motivada, entrosada, fez um show entusiástico e impecável. Tirando o baterista Jason Cooper, que eu nunca engoli desde que entrou na banda, para mim um músico afoito, sem naturalidade, ao contrário de seu antecessor, Boris Williams que tocava limpo, sem fazer esforço, o time agora parece estar redondinho, funcionado como um relógio. O resultado disso foi uma performance coletiva competentíssima, salientando a do baixista Simon Gallup, que além de esmerilhar no instrumento, em especial em "Fascination Street" e "Disintegration", tem uma performance de palco muito bacana, com o baixão lá na metade da coxa e se movimentando intensamente o tempo todo.

A gente sempre fica naquela curiosidade sobre que música vai abrir o show e tal, ainda mais no caso do Cure, de grandes inícios de discos, e entre tantas boas alternativas, a opção da banda foi a lógica: abriu com “Open” do álbum “Wish”. Nada mais apropriado, não? Aliás a primeira parte do show, bem longa conforme prometido, começou e fechou com as faixas deste álbum: “Open” na entrada e “End” pra encerrar. No meio disso uma viagem ao longo de toda a discografia, intercalando grandes sucessos com outras menos populares. Teve "In Between Days" levando a galera à loucura; uma “Shake Dog Shake’ ganhando em peso e energia mas perdendo um pouco a identidade (quase não reconheci de início); “Trust”, a única balada, executada lindamente; uma “Love Song” emocionante e até dancinha de aranha de Robert Smith na ótima "Lullaby".

Não chorei tanto quanto no show do Morrissey, aqui no Rio, há pouco tempo atrás, mas em “Play for Today”, por exemplo, sequer consegui acompanhar aquele “ôôô” criado pelo público no disco “Paris”, por conta das lágrimas; e ainda, de sacanagem comigo, Mr. Smith e sua turma resolveram emendar, na sequência, o clássico “A Forest” pra desmontar qualquer sistema emocional. Aí não teve jeito, tive que assistir a essa parte do show com a vista toda embaçada.

Depois de “End”, excessivamente barulhenta por conta do som do ginásio que foi piorando gradualmente, terminada a primeira parte, a banda deu aquele tempinho, bebeu aquela aguinha esperta e voltou para um bloquinho "Disintegration", iniciando com a própria abertura do álbum, "Plainsong", linda e apaixonante, seguida da surpreendente "Prayers for Rain", e fechando o primeiro bis com a faixa-título do que é para mim o melhor disco da banda, "Disintegration", cheia daquele efeitinhos de vidro quebrando, que na verdade, são um charme a mais na música.

O terceiro bis, e a última parte do show foi pra galera, empilhando hits de modo a não despontar ninguém. Foi “Why Can’t I Be You?”, “Hot Hot Hot!!!”, "Close to Me", “Boys Don’t Cry” e até “The Caterpillar”, não muito comum em concertos, reservando a reta final para aquela sequenciazinha já tradicional dos encerramentos do Cure, com “10:15 Saturday Night”, que levou o público à loucura, e “Killing na Arab”, matadora, já num estado de êxtase coletivo.

Destaques também para “Just Like Heaven”, talvez a mais festejada; para "Push", com o público cantando junto o “go, go, go!!!” ; “From the Edge of Deep Green Sea” pouco conhecida do grande público e longa para shows mas mesmo assim com ótima receptividade da audiência;  “Sleep When I’m Dead” que eu, particularmente não conhecia e gostei muito; e ainda para “Want” , a única música aproveitável do sofrível álbum “Wild Mood Swings”. Agradáveis surpresas foram “Bananafishbones”, impecavelmente bem executada e “The Lovecats”, extremamente rara nas set-lists de shows, e interessantes ausências foram, para mim, “Primary”, que considero uma música com pique bom para apresentações ao vivo, e "A Night Like This", uma das grandes da banda e que certamente teria uma boa receptividade, mas que não fizeram tanta falta assim a ponto de comprometer o conjunto geral do espetáculo.

Se eu tinha alguma seqüela daquele showzinho bem mais ou menos de 1996, posso dizer agora que finalmente estou curado. Um show empolgante, vigoroso, numa noite memorável. Uma noite para guardar na memória pois uma noite como essa não é sempre que se tem a oportunidade de presenciar.

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SETLIST
Open
High

The End Of The World
Love Song
Push
In Between Days
Just Like Heaven
From The Edge Of The Deep
Pictures Of You

Lullaby
Fascination Street
Sleep When I´m Dead
Play For Today
A Forest
Bananafishbones
Shake Dog Shake
Charlotte Sometimes
The Walk
Mint Car
Friday I´m In Love
Doing The Unstuck
Trust
Want
The Hungry Ghost
Wrong Number
One Hundred Years
End
Plainsong
Prayers For Rain
Desintegration
Dressing Up
The Love Cats
The Catterpillar
Close To Me
Hot Hot Hot
Let´s Go To Bed
Why Can´t I Be You
Boys Don´t Cry
Saturday Night
Killing an Arab

segunda-feira, 16 de julho de 2012

The Smiths Cover / The Cure Cover - Rio Rock and Blues Club - Lapa - Rio de Janeiro (14/07/2012)



Smiths Cover detonando
(de novo)
O evento que se anunciara era tudo o que eu podia querer em matéria de entretenimento na noite carioca, num lugar pra lá de bacana: The Smiths Cover, banda que eu já conhecia, de comprovada competência e The Cure Cover, para mim uma incógnita que guardava, no entanto, boas expectativas, embora com uma ponta de desconfiança por considerar o Cure um grupo um tanto peculiar, com um vocal muito característico e detalhes técnicos muito significativos. Arriscado.
Assim, fui então ao Rio Rock & Blues Club no último sábado mais com a curiosidade de ver o cover do The Cure do que propriamente por rever os Smiths, que teoricamente não teriam nada de novo para apresentar em relação ao que eu havia visto antes.
E, no tocante aos Smiths, era verdade. Não tinham nada de novo. Nenhuma novidade... Mas por incrível que pareça estão cada vez melhores e conseguem fazer com que mesmo depois de tê-los visto várias vezes, o show ainda seja atraente, surpreendente e vibrante. “Handsome Devil” foi matadora; “This Charming Man” espetacular; “There’s a Light tha that Never Goes Out” emocionante; “Barbarism Begins At Home” absolutamente bem executada com o baixista João Ricardo esmerilhando nas quatro cordas; e o guitarrista Eric Marr absolutamente perfeito inclusive nas mais ‘encrespadas’ como “Girl Afraid” e “Still Ill”, sem falar na execução impecável de “How Soon is Now?”. Pensei que não pudessem mais me empolgar, que simplesmente seria mais um showzinho cover mas me enganei. Agradável engano.
O "Robert Smith" genérico do fraco
The Cure Cover
Já para o tal cover do The Cure não posso tecer elogios com o mesmo entusiasmo. Aliás parece que eles não demonstravam entusiasmo. Ah, dirão “mas o The Cure não é uma banda que se possa chamar de animada”. Sei. Não é disso que estou falando. Estou falando de tesão, vibração, presença de palco. E quanto a isso, não se viu nada.
Pra não dizer que não vi nada de bom, o baterista foi o único que se salvou, começando o show, inclusive com a difícil “Hanging Garden”, mantendo regularidade impressionante naquela batida complicada. Já o nosso “Robert Smith” era extremamente fraco. Não exijo que TENHA a voz do seu homenageado, mas um cantor que pretenda fazer cover, na minha opinião, tem que ter alguma semelhança de timbre, tem que tirar algum elemento característico da interpretação do original, ou no mínimo colocar alguma empostação que remeta o ouvinte àquele que pretende imitar. Se não não é cover. É uma banda tocando a música de tal banda e aí tá cheio dessas na noite, dessas que tocam hits dos anos 80 e que certamente vão tocar “Boys Don’t Cry” provavelmente melhor do que eles.
Mas não ter essa identidade vocal não teria sido nada se não fosse o fato de que parecia que não tinha vocal. A voz não saía. Não sei se o cara tava tímido, se o som estava ruim, se ele estava bêbado (volta e meia entornava uma garrafa de vinho que estava ao seu lado no chão) mas o fato é que não cantava. Sem falar na peruca... Não precisava! Ficaria muito mais 'honesto' sem o cabelo espetado de Robert Smith. Ficou mais caricatural ainda.
E a baixista? O que falar da baixista? Nossa!!! Acho que se ela pudesse estar em casa de pantufas ela estaria, mas tenho certeza que ela gostaria de estar em qualquer lugar menos ali. Rigorosamente fria, sem sangue. Não exigia que ela fosse agitada como o baixista do Cure, Simon Gallup, mas a apatia dela se refletia nas suas execuções que ficavam absolutamente mecânicas e automáticas. Só se salvou o batera mesmo que, além da já citada, “Hanging Garden”, mostrou serviço em outras como “A Forest”, “Killing Na Arab”, “10:15 Saturday Night”.
Devo admitir que fui embora antes do final. Não tive paciência para agüentar aquilo ali tão sem alma. Mais uma vez, a noite valeu pelo The Smiths Cover que não deixou nada a desejar. Esses sim, me provaram que, por mais que já tenha assistido várias apresentações deles, sempre vai valer a pena ir vê-los de novo.



Cly Reis

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Copa do Mundo The Cure - finalistas


Dois jogos.
Duas batalhas.
Quatro grandes músicas.
Apenas duas delas chegarão  final e apenas uma será proclamada a Melhor Música do The Cure.
O clássico 'The Walk', um sinth-pop da fase de transição do Cure dark para uma banda mais pop encarou a boa 'M', do álbum Seventeen Seconds, um pós-punk irretocável com bela base de guitarra e sintetizadores quebrando os tempos. A grandiosa 'A Forest', uma das músicas que melhor representa o som do Cure e uma das mais executadas ao vivo ao longo da carreira da banda pegando a ótima 'Push', um show instrumental com uma guitarra espetacular de Robert Smith, em uma das melhores performances coletivas da banda. Puxa vida... E agora? Nossos 4 especialistas, ajudados pelos amigos do Clyblog no Facebook tiveram a dura tarefa de escolher apenas 2 classificadas. Uma em cada confronto.
Confira abaixo as análises de cada um e o resultado destas semifinais:



Daniel Rodrigues

"M" x "THE WALK"
" “The Walk” é daqueles ex-campeões nacionais que há muito não ganha um título, tipo Botafogo e Atlético Mineiro, mas que, desta vez, montou um time competitivo, armadinho, eficiente. Por isso, vinha despachando adversários fortes nas fases anteriores, como as “Disintegration” “Fascination Street” e “Lovesong”. Mas só força de vontade não basta em futebol quando se pega pela frente um time com mais consistência e qualidade técnica. “M” não se apavora com o retrospecto de “The Walk” e lhe aplica um 2 x 0 sem susto, um gol em cada tempo: jogada armada pela esquerda no primeiro (aquele cruzamento da linha de fundo implacável com cabeçada do centroavante na marca do pênalti, sabe?), e, no segundo, de pênalti.
‘M’ NA FINALEIRA! "

"PUSH x "A FOREST"
"Pensei que esta seria a final, mas, por essas coisas do futebol, deu aquele “jogo da morte” nas semi, tipo “Gre-Nal do Século”, tipo Holanda e Itália de 1978, tipo Uruguai e Hungria de 1954. Mas quem foi o Inter, a Holanda e a Hungria da vez? “A Forest”. 1 x 0 com um golaço de fora da área, uma bucha no ângulo, aos 20 do segundo tempo. O jogo encrespou a partir de então, porque “Push”, com a qualidade que tem, foi pra cima e botou pavor na área adversária. Mas “era dia de floresta”, depois de por um volante e mais um zagueiro (abdicando de atacar) e...
‘A FOREST’ CLASSIFICA "

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Anderson Reis

"M" x "THE WALK"
"Meu voto vai para "The Walk
THE WALK CLASSIFICA


"PUSH x "A FOREST"
"A Forest" ! Não tem como, meu.. "Push" é mto boa mais "A Forest" é fodastica e ao vivo é melhor ainda.
A FOREST CASSIFICA

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Christian Ordoque
"M" x 'THE WALK"
Ganha 'M'. Por mais que 'The Walk' cresça ao vivo não é o suficiente para ganhar da 'M'. Aristocraticamente falando, M tem berço, tem estirpe, tem origem e pedigree. 'The Walk' não tem. 'The Walk' é novo-rico comparado com a bem nutrida, centrada e consistente 'M'.
"M" CLASSIFICA

"PUSH" x  "A FOREST"
Conheci “A Forest” como muitos de vocês devem ter conhecido no glorioso Concert Live numa versão acelerada empurradaça por um teclado poderoso que fazia mais um zumbido opressor do que tocava as notas da música e um reverber no vocal que chegava a dar eco e foi nesta versão que eles vieram a Porto Alegre no show do Gigantinho que não fui. Muito escutei esse disco. Ou muito me engano ou tive que ter dois discos destes porque o primeiro gastou. Depois retomei minhas audições do The Cure quando daquela fase do Wish pelos EUA que resultou no disco ao vivo Show, uma Forest mais comportada, mas ainda mantendo a essência. Depois nos anos 90 vi meu primeiro show do Cure no Hollywood Rock onde conheci os colegas Cureólogos e dedicados à Cureologia Aplicada Cly Reis E Daniel Rodrigues. Foi um show mais de emoção do que de razão onde chorei horrores e que dizem que não foi tão bom assim. Para mim foi bem bom. Ano passado fui ver como estava a banda e me surpreendi com a coesão do grupo. Neste show e imagino em todos os outros que passararam e que virão eles tocaram “A Forest”. Em um show de 40 músicas, eles “queimaram” este cartucho na música 14 ! Um clássico dessa envergadura antes da METADE do show. Corta. E Push ? O que dizer de Push ? Musicaço cartão de visitas, onde mostra todo o potencial de instrumentistas em várias formações ao longo dos anos. Foi por anos a cortina do Glorioso programa Boys Don´t Cry do Mauro Borba. Contarei um causo. A Pop Rock tinha um programa depois das 11 ao vivo onde o Ricado Padão atendia a alguns pedidos da galera e numa dessas noites pedi a Push para ele. Foi muito engraçado e diferente ouvir uma música que era características dos sábados de tarde tocar de madrugada. Push é hino, Push é instrumental absurdo, Push é símbolo de uma música bem composta por exímios músicos. Mas não é imbatível. Perde para A Forest por um simples motivo: Foi a única música que vi tocada ao vivo onde milhares de pessoas a aplaudiu NO MEIO da execução ! A Forest é a Hey Jude do The Cure. Pode parecer monótona ou coisa de fã, mas só quem está no meio da multidão pode saber e sentir do que se trata.
"A FOREST" CLASSIFICA
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Cly Reis
"M" x "THE WALK"
"M" tem mais jogo, tem mais talento. "Walk" tem um jogo muito mecânico, sempre a mesma jogada. "M" aproveita a previsibilidade de "Walk" e anula suas principais virtudes. Faz 1x0 já  no início, só por aquela introdução que é muito bala, o jogo fica equilibrada na maior parte do tempo, mas "M" liquida o jogo no solinho final. 
"M" CLASSIFICA

"A FOREST" x "PUSH"
Agora o bicho pegou! 'A Forest' tinha passado por outras grandes mas provavelmente por nenhuma tão completa quanto 'Push'. São estruturas diferentes mas ambas extremamente técnicas e muito bem desenvolvidas. Enquanto 'Push' faz uma longa introdução instrumental, onde apresenta toda a estrutura da música e então a repete acompanhada da letra, 'A Forest' tem três partes cantadas que desembocam num solo e que por sua vez vai se desvanescendo até morrer nas notas do baixo. O que vale mais? Difícil escolher! 0x0 no tempo normal.
'Push' tem guitarras mais altas, mas estridentes, mais vibrantes, mas 'Forest' tem a intensidade precisa pra manter o clima sombrio, tem a medida exata de intervenções, e um solo final de arrepiar. Se 'Push' tem aquele "the only way to beeeeeee....", "A Forest" tem seu 'again and again and again and again...". Segue a igualdade. 
O contrabaixo: o baixo de 'Push' é notável, mas o que dizer do da outra, simplesmente o coração da música? "A Forest' até faz 1x0 por conta dessa performance de Simon Gallup, mas o gol é anulado.
Enquanto os teclados de 'Push' são mais um complemento, os de 'Forest', notáveis, densos, formando uma atmosfera escura e esfumaçada, são fundamentais. 1x0 na prorrogação, e agora valeu. Mas a bateria de 'Push' supera a discreta bateria eletrônica da original de 'A Forest'  e 'Push' empata nos acréscimos do tempo extra.
Vai para os tiros livre da marca da cal. Nos penais, pelas versões ao vivo de "A Forest", pela remix e pelo tanto que representa e simboliza em relação à banda, 'A Forest' faz 3x1. 
A FOREST CLASSIFICADA


por maioria de votos "M" e "A FOREST" estão na grande final.


Agora é aguardar a avaliação da bancada, as opiniões populares e todo o desenrolar deste grande clássico para sabermos quem será o grande campeão da Copa do Mundo The Cure.