A capa original de 1976, só com o logo da banda e a da reedição em CD, de 1989. |
terça-feira, 3 de maio de 2016
The Modern Lovers – “The Modern Lovers” (1976)
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Talking Heads - "Fear of Music (1979)
O Talking Heads sempre foi das minhas bandas preferidas. Todas as fases pelas quais o grupo passou são dignas de registro na história da música pop, desde seu primórdio punk até a derradeira fase world music. Aliás, para mim, um preceito para um grupo ser considerado importante (fora algumas exceções) é o de produzir, pelo menos, dois ou três grandes discos. Os Heads têm uns cinco: “Little Creatures” (1985), “Remain in Light” (1980) e “True Stories” (1986) são alguns. Mas antes destes, no finalzinho dos anos 70, David Byrne (guitarras, vocal), Chris Frantz (bateria), Tina Weymouth (baixo) e Jerry Harrison (teclados e guitarra) já tinham concebido sua obra-prima: “Fear of Music”.
Segundo trabalho da trilogia assinada pela banda ao lado do genial produtor inglês Brian Eno, “Fear of Music” veio com o desafio de superar o excelente “More Songs About Buildinds and Food”, de 1978, primeiro da parceria. E conseguiu. Ápice da criatividade de Byrne e Cia., o disco é resultado da releitura apurada e madura do punk rock, cena da qual a turma provinha, e das tendências da época, como a new wave, o reggae, a disco e as influências folclóricas. E tudo basicamente baixo-guitarra-bateria, com incursões de teclados e percussões muito mais para gerar climas ou completar a concepção do arranjo. Ouvindo-se “Fear” hoje é até desanimador ver bandas consideradas “do momento” soarem tão parecidas e, pior, não conseguirem acrescentar nada além do que os Heads ou grupos como Gang of Four e Polyrock já fizeram.
Mas voltando ao disco, a ótima capa, seca, parecendo uma caixa de metal preta com relevos, intui que ali dentro se encontrará um conteúdo corrosivo e desafiador. Como que provocando o ouvinte: ‘quem tem medo de abrir o invólucro’? A banda brasileira Titãs, na época de sua melhor fase, meados dos anos 80, foi uma das que enfrentaram esse temor e se inspiraram neste trabalho dos Talking Heads. Uma de suas músicas, "Medo" , do álbum “Ô Blésq Blom”, de 1989, traz no seu cerne a ideia da quebra dos preconceitos e do enfrentamento das limitações típica do punk, seja na sociedade, na arte ou na política. No cenário internacional, vários outros, como Prince, Deee Lite e Beck, também beberam na fonte do Talking Heads.
Contribui muito para o resultado final o dedo inventivo e autoral de Eno. Assim como fizera com o U2 em “Zooropa” (1996) ou com David Bowie na trilogia ““Low-Heroes-Lodger” (1977-78-79), Eno funciona mais do que como um produtor: além cantar, tocar e co-assinar composições, ele dá cores diferenciadas às músicas na mesa de mixagem, tratando-as especialmente como um microcosmo. Por isso, arrisco-me a também lhe creditar este disco. As técnicas de estúdio que Eno foi acumulando desde seu moderníssimo grupo Roxy Music, no inicio dos anos 70, passando pelos vários discos solo e produções a trabalhos de parceiros parecem ter sido todas colocadas em prática em “Fear”. Isso aparece em truques de mesa de som, afinação diferente de instrumentos ou maneiras criativas de apresentar uma faixa. Um exemplo é “Cities”, que demora a subir o som para começar e é cheia de barulhos esquisitos soltos no seu decorrer, além do vocal quase de garagem, inclusive com propositais falhas na captação do microfone, criando uma atmosfera própria. Em outra, “Mind”, a voz oscilante e esganiçada de Byrne, de repente, se mistura a outros sons. Pequenos detalhes muito bem empregados que constroem um verdadeiro manual de como produzir bem um disco de rock. Tudo muito surpreendente e orgânico.
Neste disco, os Talking Heads assumem de vez a sua postura particular dentro da cena punk. Eles sempre tiveram, de fato, cara de mais comportados do que seus contemporâneos brigões Sex Pistols ou Dead Boys, e suas músicas geralmente fugiam do padrão “1-2-3-4” tosco de um Ramones ou New York Dolls. “Mind”, “Animals” e “Cities” mostram bem isso: ritmação “torta”, melodias em contraponto, frases de guitarras que funcionam como percussão. Uma série de esquisitices que, da maneira como fazem, dá muito certo. Aliás, esta é a forma como eles se mostram criativos: era um grupo limitado tecnicamente, mas cheio de ideias na cabeça e disposto a evoluir musicalmente.
“Fear” começa com a conceitual “I Zimbra”, um pop “africanístico” com “guitarras percussivas” cantado em coro num dialeto exótico. Diferente de tudo que tinham feito até então, “I Zimbra” lança luzes ao que viria no álbum seguinte do conjunto, “Remain in Light”, caracterizado por este tipo de sonoridade world music. “Air” é outra prova da maturidade musical da banda e do acerto do casamento com Brian Eno. A linha de baixo marcada no mesmo compasso da bateria, acompanhada pelo coro feminino e da base minimalista de guitarra, são valorizadas ao máximo pelo produtor. De uma canção simples, Eno adiciona ideias que dimensionam exatamente o que há de melhor na melodia: a construção quebrada, o baixo grave e o vocal solto e brincalhão. A voz de Byrne, aqui, como em algumas outras do disco, ganha um dos “ensinamentos” de Eno assimilados em sua temporada com David Bowie. Nos momentos em que Byrne solta o gogó e o som se expande além da conta no microfone, um outro microfone dentro do estúdio é acionado, captando este “excedente” e dando uma sensação emocionante de explosão da voz.
Uma das melhores de “Fear” é “Memories Can’t Wait”. Não passa de mais um punk rock rude, como os que os Heads faziam nos seus primórdios de CBGB. Mas o ouvido apurado da galera criou, com elementos simples e criativos, uma obra-prima. Ao contrário de outras onde o baixo ou a bateria prevalecem, aqui, o volume desses instrumentos vai lá embaixo para dar lugar às guitarras. Mas não são simples guitarras: efeitos de pedal e de estúdio dão um clima psicodélico e ruidoso à musica, o que é completado pela voz cheia de ecos e alterações de frequência e volume. Matadora!
Outra maravilha é “Electric Guitar”. Nela, todos os sons parecem brigar entre si. Se noutras faixas o baixo e a bateria são amenizados, aqui eles estouram a caixa. Alto, o som distorcido do baixo de Tina dá a impressão de ser um cello. Na bateria, a caixa e os chipôs se estapeiam para ver quem ocupa mais espaço. E o vocal, ora propositalmente estourado, ora visivelmente mal modulado, é um show à parte. Não sei se deu para perceber na descrição, mas o que menos aparece em “Electric Guitar” é, justamente, a guitarra elétrica, que, já devidamente homenageada, restringe-se a uma leve base e a, no máximo, uma frase que dialoga com a voz no refrão. Tudo sob um ruído agudo (uma vibração de pedal da referida guitarra) que vai e volta, sobe e desce, e que se repete no decorrer de toda a música até, no fim, depois de todos os instrumentos se calarem, voltar para desfechar em alto estilo.
Todo grande disco começa ou termina com uma grande música e, no caso de “Fear...”, é no final que está a “cereja do bolo”. “Drugs” é um primor, com muitos méritos, novamente, a Eno. Para quem conhece um pouco de composição musical, dá para perceber que ela foi escrita no violão em cima de alguns acordes básicos. Mas o que foi parar no disco é outra coisa, muito mais rico e complexo, só usando criatividade e técnica. A começar, a melodia é “distribuída” a vários instrumentos, sem ser tocada continuamente por apenas um deles. O baixo pontuado, as batidas soltas de bateria, as várias texturas de teclado, as vozes, as incursões de percussão, os monossílabos de guitarra: todos ajudam a compassar esta espécie de “quebra-cabeças minimalista”. Os Titãs, anos antes de “Ô Blésq Blom” – e por influência dos “antenados” Arnaldo Antunes, ainda integrante da banda, e do produtor do grupo, o ex-Mutantes Liminha –, já tinham se valido dos Heads para conceber outra música: “O Quê?”, do LP "Cabeça Dinossauro" (1986). Igualmente a “Drugs”, “O Quê?” teve como ponto de partida uma base de violão que, na hora do arranjo, foi ganhando outros elementos até se tornar um dançante “funk concretista”. E como em “Fear of Music”, este famoso hit da banda brasileira também desfecha o seu disco com “chave de ouro”. Coisa de álbum clássico.
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Além da trilogia “More Songs-Fear-Remain”, a parceria Byrne-Eno rendeu ainda um quarto trabalho: o instrumental “My Life In The Bush Of Ghost”, de 1981, assinado só pela dupla, que radicaliza a sonoridade étnico-folclórica e os experimentos de estúdio, como samples e colagens. Os dois voltariam a gravar juntos em 2008 o mais pop, porém também muito bom, “Everything That Happens Will Happen Today”.
FAIXAS:
1.I Zimbra
2.Mind
3.Paper
4.Cities
5.Life During Wartime
6.Memories Can’t Wait
7.Air
8.Heaven
9.Animals
10.Electric Guitar
11.Drugs
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Ouça
segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
Talking Heads - "77" (1977)
por Michel Pozzebon*
Há 40 anos, o Talking Heads uma das bandas mais emblemáticas de todos os tempos, apresentava seu disco de estreia, "Talking Heads: 77". O álbum trouxe as músicas idiossincráticas da banda nova-iorquina para um público mais amplo.
"Há algo essencial sobre perder o controle sobre o que você faz", comentou a baixista Tina Weymouth sobre o disco de estreia para a revista norte-americana Rolling Stone em 1977. E, enquanto o Talking Heads certamente levaria essas palavras ao coração de sua carreira eclética e visionária, seu debut álbum é, em retrospecto, um tanto manso e direto em comparação com os "experimentos" que viriam na sequência da sua valorosa discografia.
Do ponto de vista musical, "Talking Heads: 77" é o esforço mais conciso e linear da banda, estabelecendo a interação das guitarras de Jerry Harrison e David Byrne, os blocky rhythms de Tina Weymouth com a bateria de Chris Frantz, e a presença marcante de Byrne como frontman, aparecendo com sua "soluçante voz de robô" e as palavras de um "impressionista paranoico" e de "olhos arregalados".
"Talking Heads: 77" é um álbum básico, simples. Um dos exemplos é "Tentative Decisions", faixa número 3 do lado A. A canção representa um dos momentos mais simplórios da banda. Nesta fase inicial, o quarteto nova-iorquino ainda não havia descoberto o funk, as tape loops e os colaboradores "aventureiros" como Brian Eno, que traria posteriormente toda a sua energia para o grupo.
Apesar de simples, o debut álbum do Talking Heads traz uma intensidade bruta e manchada. O trabalho é um registro distinto no catálogo dos nova-iorquinos e nele estão pérolas negligenciadas como "Who Is It?" e "New Feeling".
O poderoso grito de David Byrne ainda era um ponto difícil para os puristas do pop. Porém, é um ingrediente essencial para a magia de seu único "surto de surpresa" no disco de estreia, a clássica "Psycho Killer". Um hit "ameaçador", ainda que despreocupado.
O primeiro álbum, de certa forma, começava a "apimentar" o som do Talking Heads. Seja o piano gospel em "Happy Day" ou a guitarra vertiginosa e florescente em "Pullep Up".
Mesmo que o Talking Heads se movesse para coisas maiores e melhores após esse álbum, "77" segue sendo um ponto de entrada essencial e absolutamente fascinante para uma das bandas mais destemidas do rock em todos os tempos.
segunda-feira, 11 de abril de 2022
Living Colour - "Vivid" (1988)
Chuck Berry e Little Richards nunca esconderam a frustração de, mesmo sendo músicos negros como eles os inventores do rock ‘n’ roll, os louros tenham ido para artistas brancos. Não que Elvis Presley, Jerry Lee Lewis ou Bill Halley não tenham grande valor, mas é fato que a indústria fez abafar por uma imposição mercadológica racista a importância de autores negros como eles ou os irmãos Fats Domino, Bo Diddley e Sister Rosetta Tharpe. Com o passar dos anos, o estilo se desenvolveu e vieram os Beatles, os Rolling Stones, a Pink Floyd, a Led Zeppelin, a Black Sabbath... todos majoritariamente brancos. A Love, rara banda de rock composta somente por membros negros, era uma exceção onde deveria ser regra. Jimi Hendrix, como Pelé, virou um mito sem cor. Os punks Bad Brains e Death nunca tiveram a mesma vitrine que Ramones ou Sex Pistols. A "solução" da indústria? O mesmo mercado que desapropriou a criação do rock dos negros lhes deu o “direito” de serem pais de ritmos inquestionavelmente pretos, como a soul music e o jazz. Ou seja: sistematizou o apartheid musical.
Claro que Berry e Richards garantiram, por aclamação, seu lugar no panteão da música universal. Porém, por muito tempo pairou aquela sensação de que os negros, os verdadeiros inventores do gênero mais popular do século XX, tinham uma dívida a cobrar. As décadas se passaram desde que o rock veio ao mundo cultural, e a indignação só fazia aumentar. Foi quando uma turma resolveu cobrar com juros e correção monetária esse débito e reclamar para si a verdadeira gênese do rock ‘n’ roll. “É pra gente mostrar que negro faz rock melhor que qualquer um? Então, aqui está!” Com esta vividez corajosa e empoderada surgiu a Living Colour, formada somente por músicos de fina estampa: o vocalista Corey Glover, o baixista Muzz Skillings, o baterista William Calhoun e o guitar hero Vernon Reid, principal compositor do grupo. Negros.
Produzidos pelo tarimbado Ed Stasium e por ninguém menos que Mick Jagger, que apadrinhou a banda após descobri-los tocando no underground de Nova York, “Vivid” é a extensão da própria ideia de uma banda cujo nome ressalta a vivacidade da cor da pele preta. Afinal, como disse o poeta: "Negro é a soma de todas as cores." Nas suas linhas melódicas, na sua potência, na sua sonoridade, nas letras de crítica social, no seu visual, o primeiro disco da banda resgata todos os tons da tradição do rock em um dos mais bem elaborados sons produzidos na música pop em todas as épocas. O rock pesado da Living Colour soa como se fosse inevitável valer-se dos altos decibéis para manifestar com autenticidade tudo aquilo que esteve guardado anos e anos. Tem hard rock, heavy metal e punk pincelados de funk, blues e jazz, aquilo que os negros fazem como ninguém. Ou seja: a Living Colour, com o perdão da redundância, dá cores muito próprias à sua música. O hit "Cult of Personality", faixa de abertura, é como um traço original num quadro que condensa todas essas tintas. Riff arrebatador, daqueles de dar inveja a Metallica e Anthrax. E a letra, na voz potente e afinadíssima de Glover, referencia Malcom X e critica a superficialidade da sociedade: “Olhe nos meus olhos/ O que você vê/ O culto da personalidade/ Eu conheço sua raiva, conheço seus sonhos/ Eu tenho sido tudo o que você quer ser”.
Hard rock de primeira, "I Want to Know" antecipa "Middle Man", outra de sucesso do álbum que também ganhou videoclipe na época de ouro da MTV. Reid, excepcional tanto na criação do riff quanto na condução da melodia e no solo, mostra porque é um dos maiores guitarristas de todos os tempos, capaz de variar de um suingue a la Jimmy Nolen ou fazer a guitarra urrar como uma das big four do trash metal. Já a pesada "Desperate People" destaca o talento de Calhoun nas baquetas, seja no ritmo, que vai do funk ao hardcore, quanto na habilidade e potência, ainda mais quando martela os dois bumbos. Mais um sucesso, e das melhores do repertório da banda, visto que uma tradução do seu estilo: "Open Letter (To a Landlord)". A letra fala da realidade da periferia (“Essa é minha vizinhança/ Aqui é de onde vim/ Eu chamo este lugar de meu lar/ Você chama este lugar de favela/ Você quer expulsar todas essas pessoas/ É assim que você é/ Trata pessoas pobres como lixo/ Vira as costas e ganha dinheiro sujo”) e traz um dos refrãos mais emblemáticos e tristes daquele final de anos 80, o qual, inteligentemente, repete os primeiros versos da letra, só que cantados agora numa melodia vocal especial: “Now you can tear a building down/ But you can't erase a memory/ These houses may look all run down/ But they have a value you can't see” (“Agora você pode derrubar um prédio/ Mas você não pode apagar uma lembrança/ Essas casas podem parecer estar em mau estado/ Mas elas tem um valor que você não pode ver.”).
O punk rock vem com a alta habilidade de músicos de ouvidos acostumados com o jazz fusion em “Funny Vibe”. Isso, no começo, porque depois a música vira um funk ao estilo James Brown com pegadas de rap, principalmente no jeito de cantar em coro – lembrando o hip-hop raiz de Run DMC e Afrika Bambaata – e na participação de Chuck D e Flavor Flav, MC’s da Public Enemy, a banda de rap mais politizada de todos os tempos. Aí, vem outra das grandes da banda: sua versão para a escondida proto-metal “Memories Can’t Wait”, da Talking Heads. Pode ser que, para uma banda estreante como a Living Colour, tenha pesado a indicação de Stasium, que havia trabalhado com o grupo de David Byrne nos anos 70. Porém, a influência do produtor vai até este ponto, visto que a leitura da música é totalmente mérito de Reid e de seus companheiros. O arranjo é perfeito: intensifica os aspectos certos da harmonia, faz emergir o peso subentendido da original e aplica-lhe pequenas diferenças, como leves mudanças na melodia de voz, que personalizam esta que é, certamente, uma das melhores versões feitas no rock dos anos 80.
Já na melodiosa "Broken Hearts", Reid exercita sua técnica deixando de lado o pedal de distorção para usar um efeito slide bastante elegante, assim como o vozeirão aveludado de Glover. Nesta, Jagger solta sua gaita de boca abrilhantando a faixa. Numa linha também menos hard e ainda mais suingada, “Glamour Boys”, que também tocou bastante à época e que tem participação de Jagger aos vocais, precede outra de vital importância para o discurso de reivindicação levantado pela banda: “What's Your Favorite Color?”. Seus versos dizem: "Qual é a sua cor favorita, baby?/ É branco?/ Fora de moda".
E quando se pensa que se ouvirá mais um heavy metal furioso, com a mesma naturalidade eles enveredam para um funk psicodélico de fazer orgulhar-se dr. P-Funk George Clinton pelos filhos musicais que criou. Noutro hard rock pintado de groove, "Which Way to America?", com destaque para o baixo em slap de Skillings, solta o verbo contra a sociedade de consumo e a ideologia racista da televisão, veículo concentrador das amálgamas no mundo pré-internet, alinhando-se novamente ao discurso dos parceiros Public Enemy, ferozes denunciadores do branconcentrismo da mídia norte-americana.
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sexta-feira, 4 de março de 2016
Talking Heads - "True Stories" (1986)
para aquela leva de músicas,
começamos a ensaiar um material
que poderia render ainda mais um disco,
mas que eu havia composto para o filme.
Quando ‘Little Creatures’ saiu,
eu já estava no Texas para filmar ‘True Stories’.
Levei as fitas de multicanal com as nossas faixas-base
para as músicas do filme até o set de filmagens em Dallas
e adicionei um pouco do tempero texano”.