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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Björk - "Debut" (1993)


“As pessoas achavam que, só porque costumava cantar no Sugarcubes,
"Debut" não era realmente uma estréia.
 Mas estava compondo pela primeira vez.
Era meu debut.”
Björk Guðmundsdóttir


Esses dias recebi um convite do Cly, pedindo que eu fizesse uma resenha do CD "Debut" da Björk. Tenho que assumir que fiquei com medo e dei uma enrolada, ainda mais por ser um leitor do seu blog e de suas resenhas elaboradas e embasadas. Pensei: por que eu? Bom, que sou um fã de carteirinha da cantora em questão é um fato. Com isso ficaria mais difícil ainda, pois esse CD é a abertura de uma carreira solo de uma das maiores estrelas da música alternativa. Björk Guðmundsdóttir é islandesa e lançou seu primeiro disco com 12 anos de idade. Passou por vários grupos, sendo alguns deles o Spit and Snot, o Tappi Tíkarrass, o KUKL e The Sugarcubes.
Com a extinção do Sugarcubes, Björk tem o seu debut em 1993, marcando o movimento trip-hop. São 12 músicas explorando o sentimento humano. O disco abre com "Human Behaviour", uma visão do comportamento animal do ser humano e sua desarmonia com a natureza. Tem uma ótima batida de tambor contrastando com uma levada eletrônica.
A terceira música do disco, "Venus as a Boy" é, talvez, a minha preferida da cantora. O arranjo musical é fantástico e a letra gira em torno de um cara que aprecia a beleza e que sabe excitar uma mulher, por isso é comparado a Vênus, deusa mitológica da beleza e do amor. Esse foi seu segundo single, que seguiu com um clipe irreverente, onde Björk está numa cozinha, fritando ovo acompanhada de seu lagarto de estimação.
A faixa 6, "Big Time Sensuality", chegou ao primeiro lugar na parada dance dos EUA e seu clipe girava em torno da cantora, em cima de uma carreta, cantando pelas ruas de NY. "Crying", "There's More To Life Than This", "Like Someone In Love", "One Day', "Aeroplane", "Come To Me" e "The Anchor Song" são outras músicas do disco, dignas de serem escutadas, que só não vou comentar pra não transformar a resenha numa Bíblia e ter que dividir em capítulos. Mas duas outras músicas devem ser especialmente lembradas: "Violently Happy" e "Play Dead". A primeira tem um som mais vibrante, que te dá vontade de dançar. O clipe é fantástico (veja aqui) e se passa num manicômio, com pessoas com camisas de força, mostrando a loucura de um amor que transcende as quatro paredes de um quarto. A segunda foi feita especialmente pra trilha do filme "Rebeldes Americanos" e fecha o disco com chave de ouro (na verdade essa canção foi incluída em edições especiais do disco). Ela é mais melancólica, com arranjos acústicos, voltada pro sofrimento e agonia do ódio que veio do amor.
Com sua voz infantil, mas possante, e seu sotaque anglo-islandês, Björk colou seu rosto esquimó na história musical, mostrando que há espaço para sonoridades diferentes da música de massa, se a mesma for de qualidade. Provou, assim, que não só as rodinhas de intelectuais e pseudo-cults estariam dispostos a provar de sua arte e experimentalismo crescente, mas isso seria papo pra discutir as obras que se seguiram como o disco "Post", "Homogenic"...
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FAIXAS:
  1. "Human Behaviour" (Björk/Hooper) - 4:12
  2. "Crying" (Björk/Hooper) - 4:49
  3. "Venus as a Boy" (Björk) - 4:41
  4. "There's More to Life Than This" [Ao vivo] (Björk/Hooper) - 3:21
  5. "Like Someone in Love" (Björk/VanHeusen) - 4:33
  6. "Big Time Sensuality" (Björk/Hooper) - 3:56
  7. "One Day" (Björk) - 5:24
  8. "Aeroplane" (Björk) - 3:54
  9. "Come to Me" (Björk) - 4:55
  10. "Violently Happy" (Björk/Hooper) - 4:58
  11. "The Anchor Song" (Björk) - 3:32

FAIXAS BÔNUS:
"Atlantic" (Björk) - 2:04 (Faixa Bônus edição Japonesa)
"Play Dead" (Björk/Arnold/Wobble) - 3:56 (faixa bônus para Japão/Portugal/Reino Unido)
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Ouça:
por José Júnior




José Júnior é, assim como eu, apenas um apaixonado por música; não tem uma vida profissional ligada a isso mas tem na música um combustível indispensável para sua existência. Um cara extremamente curioso e atento a tudo o que rola por aí e por isso mesmo, tem sempre algo bacana pra recomendar. Muitas dicas de som e cinema já peguei com esse cara .
Um grande fã de Björk e uma das melhores cabeças musicais que eu conheço.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Björk - "Post" (1995)



"Fico orgulhosa quando dizem
que minha música é pop, experimental, divertida,
triste, raivosa, jazz, punk, rock,
techno, abstrata, simples, inteligente.
Não acho que seja apenas dance."
Björk



Depois daquele majestoso primeiro álbum solo, quase ninguém tinha dúvidas de que o que viria em seguida seria ainda melhor. Não que decepções no mundo da música, baseadas na expectativa que uma estreia brilhante promete não aconteçam. Pelo contrário, acontecem toda hora. Não é raro ver-se um surgimento espetacular prenunciando uma carreira altamente promissora e vir então um segundo trabalho insosso, sem graça, sem criatividade ou uma mera caricatura do anterior. Mas no caso de Björk a evolução era muito evidente e apontava para algo inevitavelmente positivo. O primeiro álbum de sua banda Sugarcubes, interessante mas um tanto tosco; o segundo com um pop mais lapidado, aprimorado, mas sofrendo de problemas de produção; o terceiro mais bem produzido e com uma Björk  mais solta e tendo seu devido destaque em relação a uma banda limitada; e a estreia solo com um pop de qualidade, ritmo, ousadia, experimentação e referências. O caminho indicava que as alternativas escolhidas e exploradas por Björk fossem ainda mais aprofundadas, que ela fosse ainda mais ousada, que suas referências ficassem mais evidentes e que uma produção, aperfeiçoada, proporcionasse isso. Não deu outra! "Post" (1995), o segundo disco de carreira solo da cantora islandesa é ainda melhor que o ótimo "Debut" que a lançara para o mundo.
Os ritmos eletrônicos e dançantes que em "Debut" soavam mais óbvios e quase festivos, em "Post" soam experimentais, atuais, agressivos, minimalistas e inusitados. A poderosa "Army of Me", um metal-punk-eletrônico de ritmo intenso, pesado e repetido é uma das provas dessa releitura de linguagem, abrindo o álbum já de maneira acachapante. A espetacular "Enjoy', agrega às características referidas a influência de ritmos brasileiros, provavelmente fruto da proximidade da artista com o produtor brasileiro Eumir Deodato, retumbando como uma superbatucada trip-hop que apesar de valer-se da percussão de maneira fundamental, garante o ritmo sem fazer uso de tambores ou de uma percussão mais pesada.
A influência brasileira está presente também na monumental "Isobel", um épico orquestrado de interpretação envolvente e emocionante da cantora, que segundo ela mesmo, tem como inspiração a cantora brasileira Elis Regina.
"I Miss You" aproxima-se a linha dance mais convencional, assemelhando-se um pouco mais com canções do primeiro disco como "Violently Happy","There's More to Life Than This" e "Bigtime Sensuality", por exemplo. Bem como a dançante "Hyper-Ballad", outra bem eletrônica, esta porém, diferenciando-se de maneira mais significativa das antigas por conta de sua composição mais complexa e estrutura crescente.
Com um genial sampler daquelas antigas conexões de linha de internet que tanto nos irritavam, uma batida lenta e com o gostoso chiadinho de vinil, cuidadosamente audível, a sensual "Possibly Maybe" é outra que merece grande destaque, assim como a boa "The Modern Things" de início gracioso, minimalista, lúdico, brincando com elementos eletrônicos até  ganhar corpo e intensidade em seguida tomando uma forma monumental pelos ímpetos instrumental e vocal.
"Cover Me", que explora ritmos japoneses; e "Headphones", onde a voz de Björk, brincando com sílabas e palavras, é acompanhada minimamente por sons eletrônicos e uma percussão muito leve, são responsáveis pela parte mais experimental do disco, em canções menos embaladas mas que se trabalham possibilidades musicais e rítmicas.
A teatralidade de canções como "Isobel" e "The Modern Things" já seriam suficientes para mostras do gosto de Björk pelo cinema, mas isto fica mais evidente em canções como "You've Been Flirting Again" e  especialmente na adorável "It's Oh So Quiet" de performance excepcional da cantora, que ao estilo dos antigos musicais de Hollywood, alterna vocais sussurrados e cochichos com gritos histéricos no refrão, fazendo este jogo com incrível domínio da interpretação.
Coisas como estas ousadias de interpretação, a inventividade e a singular voz de timbre infantil fazem de Björk uma das artistas mais interessantes que apareceram no meio musical nos últimos tempos. Particularmente, apesar de achá-la extremamente talentosa, às vezes acho que ela abusa um pouco da criatividade e acaba tendo um resultado final duvidoso, mas não há como negar que, mesmo quando produz algo muito fora dos padrões, não deixa de ser algo no mínimo instigante musicalmente. Mas "Post" tem o mérito de estar no meio do caminho de tudo isso, sendo criativo, acessível, dançante, arrojado, forte, artístico e inspirado, e por isso tudo um dos melhores álbuns dos anos 90 e sem dúvidas um ÁLBUM FUNDAMENTAL.
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FAIXAS:
  1. "Army of Me" (Björk/Graham Massey) – 3:54
  2. "Hyper-Ballad" (Björk) – 5:21
  3. "The Modern Things" (Björk/Graham Massey) – 4:10
  4. "It's Oh So Quiet" (Hanslang/Reisfeld) – 3:38
  5. "Enjoy" (Björk/Tricky) – 3:56
  6. "You've Been Flirting Again" (Björk) – 2:29
  7. "Isobel" (Björk/Nellee Hooper/Marius de Vries/Sjón) – 5:47
  8. "Possibly Maybe" (Björk/Nellee Hooper/Marius de Vries) – 5:06
  9. "I Miss You" (Björk/Howie B) – 4:03
  10. "Cover Me" (Björk) – 2:06
  11. "Headphones" (Björk/Tricky) – 5:40
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Ouça:

Cly Reis

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Björk - Tim Festival 2007 - Marina da Glória- Rio de Janeiro/ RJ (26/10/2007)



Tem aqueles shows de artistas que nem são tudo isso mas que, com uma apresentação entusiástica, uma performance dominante, um repertório bem trabalhado, ou por um dia especial do espectador, ficam marcados para o resto da vida e sempre serão lembrados de forma especial. Por outro lado, tem aqueles de artistas maravilhosos, nomes de primeira, cheios de talento e recursos, mas que passam, assim, de maneira quase desimportante na nossa vida. Assisti ao show da islandesa Björk, talentosíssima, carismática, de vocal singular e incomum, uma das cantoras que mais admiro dentre todas que já  ouvi mas, não sei se foi o show ou se fui eu mas, esse capítulo da minha trajetória de espectador de espetáculos musicais, ficou praticamente apagado.
Fui com meu amigo José Júnior, eventual colaborador aqui do blog, e com alguns amigos dele. Não sei se o grande atraso para o início da apresentação; o lugar pouco apropriado, um galpão montado com péssima acústica; o set-list bastante curto; um certo conflito de interesses, como o de ficar mais aqui, mais acolá, mais perto do palco, mais longe, esperar fulano, esperar sicrano; uma certa divisão de grupos; e uma preocupação em não se afastar e não desatender nenhuma das partes, tenha gerado essa minha desatenção com o evento. Lembro muito pouca coisa, na verdade. Me recordo de tudo muito colorido, de umas bandeirinhas no palco, de Björk com a cara pintada, mas o que me amarrei, mesmo, foi na mesa de som dos músicos da cantora, exibida o tempo inteiro nos telões, uma espécie de tabuleiro eletrônico em que o operador mexia com controles que se assemelhavam a pedras coloridas sobre uma superfície e assim produzia os sons e batidas. Muito louco! Agora, os sons, as músicas que provinham dessa maravilha tecnológica, a performance da cantora nessas engenhocas eletrônicas, o repertório... mal recordo. Ficou marcado em mim, no entanto, o final do show com "Declare Independence" e os balões caindo do teto do local. Basicamente isso.
Não sei se o show foi fraco ou se o problema era eu mas, de fato, foi um dos shows grandes, de um grande artista que admiro, que menos me marcou. Uma pena. Acho que teria que ver a pequena islandesa de novo para tirar a prova.
Eu daria uma nova chance.
Ela tem crédito.

À esquerda, Björk com seu músico mexendo na mesa sonora que me referi
e, à direita, o equipamento em si, que, depois vim a saber, chama-se reac-table.





Cly Reis 

quarta-feira, 11 de março de 2020

Exposição “Björk Digital” - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - Rio de Janeiro /RJ



Começa hoje no   uma das exposições que eu mais aguardava nos últimos tempos. Soube que ela andava por aqui, por ali, passava por outros estados e tinha a expectativa se passaria aqui pelo Rio de Janeiro. Trata-se de Björk Digital”, exposição que explora o universo visual tão rico e criativo que vemos nos videoclipes, figurinos, artes de álbuns da artista islandesa, através de instalações, elementos interativos e vídeos. A viagem ao mundo de Björk é dividida em três partes: uma primeira com instalações audiovisuais baseadas em canções do álbum “Vulnicura”, apresentadas em realidade virtual óculos de realidade virtual, somando-se a interações com um avatar digital da cantora; uma segunda apresentando através de tablets, conteúdo criado durante a concepção do álbum “Biophilia”), explorando a relação entre tecnologia e natureza; e a última trazendo uma seleção de clipes produzidos ao longo da carreira da islandesa, como "Human Behaviour", "All is full of love" e “Blissing Me”, concebidos e dirigidos em parceria por diretores e artistas visuais do mundo como Michel Gondry, Inez + Vinoodh e  .
Como fã desta pequena grande islandesa que transborda arte e inquietude criativa, não poderei perder essa esposição. Nos próximos dias estarei lá e voltarei aqui para contar como foi. recomendo que você vá também.
Tá a fim?
Se liga no serviço da exposição:


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exposição Björk Digital”
local: Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB
endereço: Rua Primeiro de Março, 66 - Centro - Rio de Janeiro /RJ
horário: de quarta a segunda, das 9h às 21 horas
período: de hoje, 11/03/2020 até 18/05/2020
ingresso: gratuito pelo link http://bit.ly/BjorkCCBBRJ ou na bilheteria do CCBB)

quinta-feira, 26 de maio de 2022

The Sugarcubes - "Life's Too Good" (1988)

 



A capa original, e mais conhecida, em destaque e
as variações cromáticas das reedições em vinil.

"Foi uma brincadeira.
Era uma banda de poetas,
ninguém sabia tocar.
Mas nos levaram a sério.
Ganhamos viagens, hotéis e comida de graça;
só tínhamos que fazer de conta
que éramos uma banda de rock.
Éramos estúpidos e ingênuos.
Nunca fomos profissionais."
Björk


Não é o melhor disco pop que você já terá escutado na vida. Sequer é o melhor disco da própria banda, uma vez que "Here Today, Tomorrow Next week!", o álbum seguinte é melhor tecnicamente embora sofra com uma mixagem pecaminosa, e "Stick Around for Joy", o último de estúdio, seja uma enorme evolução, sendo o passo decisivo para a maturidade definitiva e para a carreira solo de Björk. Mas "Life's Too Good", além de colocar a Islândia no mapa da música mundial, nos apresentava uma pequenina islandesa, assemelhada a um pequeno gnomo, mas com um vocal gigantesco, versátil, que transitava entre o estridente e o delicado, o poderoso e o frágil, o infantil e o lascivo. Ali surgia Björk.
"Life's Too Good" em determinados momentos soa estranho, tem algumas opções bastante questionáveis, ritmos quebrados, trompetes estridentes, backing vocals gritados, tanto que nem a própria Björk gostava muito das contribuições vocais do parceiro Einar Örn, mas, além de uma certa sofisticação toda particular e muito instigante, ali nos eram apresentadas pérolas, como a balada "Birthday", doce e ácida; a dramática "Mama"; o pop intenso da boa "Coldsweat"; a "histérica" Delicious Demon"; e principalmente, "Deus" uma canção pop singular em todos os sentidos, desde a estrutura, com uma interlocução inusitada do segundo vocal; à letra, de uma inocência quase comovente, interpretada com uma singeleza celestial pela pequena islandesa que, ali definitivamente assinava seu ingresso no hall das grandes cantoras da nossa época.
Merecem destaque ainda a interessante "Blue Eyed Pop", a abertura com a boa "Traitor, e o fechamento com a frenética "F**** in Rhytmn and Sorrow" e, embora, não seja um disco brilhante, sua existência e a contribuição que trouxe consigo da grande satisfação que nos entregou, já justifica sua inclusão entre os ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.

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FAIXAS:
1. "Traitor" (3:08)
2. "Motorcrash" (2:23)
3. "Birthday" (3:59)
4. "Delicious Demon" (2:43)
5. "Mama" (2:56)
6. "Coldsweat" (3:15)
7. "Blue Eyed Pop" (2:38)
8. "Deus" (4:07)
9. "Sick for Toys" (3:15)
10. "F***ing in Rhythm & Sorrow" (3:14)

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Ouça:
The Sugarcubes - Life's Too Good"



por Cly Reis




segunda-feira, 19 de abril de 2010

Björk - "Jòga"

E no fim das contas não deu pra viajar!
O Eyjafallajokull resolveu jorrar seu magma e espalhar sua nuvem de fumaça por toda a Europa deixando o continente praticamente isolado.
A força da natureza foi maior do que os nossos desejos, vontades, necessidades, expectativas. (E não é sempre assim?)
Mas tudo bem. Acontece. E, aliás, tem acontecido por toda a parte e com cada vez maior frequência.
É, amigos, enchentes monstruosas, terremotos cada vez mais intensos, nevascas brutais e vulcões furiosos devem ser sinal de alguma coisa.
Nem sou tão trágico ou alarmista a ponto de estar prenunciando um final dos tempos, mas digo, sim, que a Terra está gritando, pedindo socorro, reclamando do quanto a tratamos mal até hoje.

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Como disse no post anterior, a Islândia só estava no mapa-múndi até hoje por causa da existência da Björk, e como disse um amigo meu, já que a erupção de criatividade dela cessou, o Eyjafallajokull, por sua vez, resolveu botar pra quebrar.
Essa coisa toda de Islândia, Björk, vulcão, Terra pedindo socorro, força da natureza, me lembrou o ótimo clipe de "Jòga" que tem muito a ver com tudo isso, pelas imagens e pela sutileza da mensagem contida.
Como diz a letra, "estado de emergência".

Agora é replanejar o restinho de férias.
Mas vam'lá!
Sem problemas.


"Björk - Jòga"



C.R.


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Meredith Monk - “Dolmen Music” (1980)



“Se Monk está procurando um lugar no firmamento clássico,
é a música clássica que tem muito a aprender com ela.
Ela pode aparecer ainda mais à medida que o novo século se desenrola,
e as gerações posteriores invejarão aqueles que conseguiram vê-la viver".
Alex Ross,
jornalista e crítico musical

“A voz humana pode muito bem ser o Instrumento mais expressivo de todos,
capaz da mais sutil das nuance e da exclamação mais dramática,
 mas poucos exploraram toda a sua gama tão
completamente quanto Meredith Monk”.
John Kelman,
jornalista e crítico musical




Um jornalista amigo meu, logo após assistir o espetáculo de Meredith Monk no Theatro São Pedro durante o 22º Porto Alegre em Cena, em 2015, comentou abismado com o que vira: “Meredith Monk veio de outro planeta”. Embora entenda a força de expressão, pois em parte é um asteísmo justo, hei de discordar dele: Monk não vem de longe, de um lugar desconhecido, mas, sim, do próprio planeta Terra. De seus recônditos, das profundezas, da natureza mais genuína e inobservada por nós, reles normais. Em Monk habitam uma índia shokagawe, uma japonesa enka, uma bruxa celta, uma inca quíchua, uma indiana vadava, uma caçadora africana, uma fêmea das cavernas. Ou, simplesmente, uma mulher, misteriosa e mágica, moderna e atemporal, autêntica e viva. 

Cunhada na vanguarda dos anos 60, a norte-americana Monk é compositora, cantora, coreógrafa e criadora da new opera, além de música de teatro, filmes e instalações. Uma das artistas mais originais e influentes do nosso tempo, é pioneira da chamada "técnica vocal estendida" e "performance interdisciplinar", que muito caminho abriu para artistas internacionais como BjörkElizabeth Fraser, Laurie Anderson, Diamanda Galas e brasileiros como Arnaldo AntunesTom Zé e Walter Franco. Monk cria obras que prosperam na interseção de música e movimento, imagem e objeto, luz e som, descobrindo e tecendo novos modos de percepção. “Dolmen Music”, de 1980, considerada uma de suas obras-primas, traz uma mostra expressiva desse caldeirão de ideias e referências.

Contemporânea de conterrâneos como Philip Glass, Morton Feldman, Terry Riley, Harry Partch e Steve Reich, Monk é, como estes, parte de uma linha evolutiva da música clássica através dos séculos. Talvez até mais que eles, entretanto, ela junta todos os tempos e estilos em um único elemento-base: a voz. Dona de uma capacidade sintética espantosa, ela faz remontar Palestrina e Boulez num átimo. Assim, Monk destila em “Dolmen Music” peças da mais inquietante beleza. Quando muito, conta com a participação de Steve Lockwood no segundo piano e a percussão e violino do produtor Collin Walcott (o “CO” do Codona, grupo avant-garde formado por ele com DOon Cherry e NAná Vasconcellos nos anos 70).

Na primeira parte, é praticamente apenas isso: voz e piano. Suficiente para Monk, sobre melismas e vocalises, criar paisagens de som que desenterram sentimentos, energias e memórias para as quais não há palavras. E nem precisam. Vê-se isso num de seus clássicos: “Gotham Lullaby”, que abre o álbum. Sobre uma delicada base de piano em contraponto, que, cíclica, engendra dois tempos de 4 compassos para, obsessiva e incondicionalmente, voltar sempre à mesma nota, ela explora do mais sentimental registro de soprano a sufocados gritos de desespero. Regravada por Björk em 2015, é uma canção de ninar de um lugar fictício e obscuro – e absolutamente interno.

Na minimalista “Travelling”, o piano, tal como já explorara em “Key”, de 1970, se transforma em elemento percussivo para acompanhar o canto tribal, que se vale de perfil sonoro prolongado das notas para conferir-lhes variações de modulação, a exemplo dos gritos de guerra indígenas. Noutra hora, é a mezzo clássica que aparece, a qual lembra por demais Liz Fraser do Cocteau Twins. Sua exploração sonora vai do som mais gutural ao agudo nasal em exercícios vocais de difícil execução. Já “The Tale” – que fechou sua apresentação em Porto Alegre numa engraçada performance de bruxa dos contos de fantasia – parece brincadeira de criança, mas é de uma complexidade inequívoca. A breve letra (“I still have my hands/ I still have my mind/ I still have my money/ I still have my telephone…”) é um artifício chistoso para desencadear uma peça de caráter mínimo em que Monk põe mais uma vez sua interminável capacidade vocal a serviço da imaginação. É impossível não visualizar uma bruxa encanecida e enrugada, pois, sobre o tema sonoro picaresco do órgão elétrico, ela encarna a personagem, ornamentando falas e risadas por meio de ressonâncias e modulações.

“Biography”, outra assistida no show de 2015, é uma das mais incríveis canções escritas nos últimos 50 anos na música mundial. Não é exagero o que digo, afinal, “Dolmen Music” como um todo é considerado um dos 20 trabalhos fundamentais para se entender a música da segunda metade do século XX conforme aponta o crítico e pesquisador musical italiano Piero Scaruffi. E este tema, composto em 1973, é bastantemente representativo dentro do repertório de Monk. Não à toa sua execução deixa todo mundo pasmado como ocorrera em Porto Alegre, um misto de estarrecimento e encanto. Nela, Monk parece sintetizar todo o sofrimento da condição feminina neste mundo opressivo e desigual ao contar a biografia de uma anônima e simbólica mulher. Tudo sem precisar de palavras, somente através dos sons. O triste tema do piano faz base para o canto que vai da mais íntima angústia à histeria. Os melismas aprontados por Monk vão pouco a pouco se transformando, ganhando mais intensidade mas, igual e fatalmente, aproximando-se do insano. O choro aflito é desenhado em traços dissonantes e atonais, remetendo aos arranjos vocais lancinantes de Ligeti em “Requiem” e de Penderecki em “Canticum Canticorum Salomonis”. A loucura avança aos limites, e Monk passa a articular palavras sem sentido em vibratos, tremulos e glissandos. Um pássaro ferido grita, um animal acuado na jaula grita. Há momentos em que, alucinada, a mulher conversa consigo mesma, alternando a própria voz e tentando fazer emergir o que ainda lhe resta de sanidade. Até sucumbir de vez. Em sustenidos, o piano, impassível em sua melancolia, anuncia que, enfim, tudo terminou. Música que vale ouvir e reouvir sempre.

A segunda metade do disco é totalmente dedicado à faixa-título, miniconcerto para seis vozes, piano, violino, violoncelo e percussão. O arsenal técnico e criativo de Monk é explorado aqui com maior complexidade, mas sem se descaracterizar do restante. Afinal, é a voz que permanece no comando, capaz de fazer-nos projetar mundos exóticos e sem distinção temporal. “Overture And Men's Conclave”, primeira parte da peça, começa nas três vozes femininas e cello repetindo uma pequena célula de 4 compassos, em que a última nota se estende. As vozes masculinas, monódicas como a dos modos gregorianas e microtonais como a dos cantos tibetanos, entram em contracanto.  O uso do “kobushi”, vibrato lento muito usado como ornamento música japonesa, passa a dar cores cada vez mais orientais à música, cuja intensidade aumenta, fazendo a música avolumar-se.

A predominantemente ressonante “Wa-ohs”, na sequência, é trazida do repertório de “Songs from the Hill/Tablet”, trabalho de Monk de um ano antes. Novamente, a referência à música do Oriente é visível, haja vista que o coro forma um quase um mantra de monges budistas. Percussivas, as vozes funcionam como gongos soando. Logo após, acordes cadenciados de cello conduzem a bela “Rain”, em que os timbres femininos vão entrando em frases esparsas até encurtarem seus espaçamentos e construírem um andamento mutável, em que as modificações das células rítmicas vão se alterando no decorrer e ganhando novas conformações.

Cheia, a polifônica “Pine Tree Lullaby” conta apenas com as vozes em cascata, engendrando um canto litúrgico e zen ao mesmo tempo. Não menos impressionante, “Calls” aproxima-se do arrojo do rock ao usar o violoncelo sendo friccionado pelo arco, mas não na horizontal como normalmente, e sim na direção vertical. O efeito é de um som trasteado, vibrado, atritado. Soma-se a isso ainda as baquetas de percussão no próprio instrumento, que não necessariamente percutem o cello, mas, sim, colocadas bem próximas às cordas, deixam-se percutir pela vibração gerada pela esfregação da crina do arco. As vozes retornam para a derradeira “Conclusion”, onde novamente Monk resgata o lamentoso tema central da abertura da peça, adicionando agora gemidos, ruídos, palavras quebradas e onomatopeias das mais diversas.

 Se se pensar a obra de Meredith Monk dentro de uma linha evolutiva da música clássica se perceberá que sua música abarca todas as épocas. Vem desde a Idade Média, passando pelo Renascimento, Barroco, Romantismo, Ópera, Decadentismo, Modernismo até chegar ao nas vanguardas do século XX e todos os seus inúmeros direcionamentos. Por este ângulo, é fácil explicar o porquê da minha emoção quando a vi no palco. Era a emoção de estar vivenciando algo superior. O privilégio de vê-la ao vivo é como presenciar uma ópera de Wagner regida por ele mesmo, é como escutar um recital de Chopin com o próprio ao piano. Monk, no panteão dos compositores clássicos, nos traz essa exploração da voz como uma linguagem que expande os limites da composição musical na história de arte, uma linguagem eloquente em si própria. E que nos faz identificar algo submerso em nós mesmos. Nós, esses habitantes de um indistinto planeta Terra que Monk nos faz reconhecer.
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FAIXAS:
1. “Gotham Lullaby” - 4:14
2. “Travelling” - 6:15
3. “The Tale” - 2:47
4. ”Biography” - 9:26
5. “Dolmen Music” - 23:39
a. “Overture And Men's Conclave”        
b. “Wa-ohs”     
c. “Rain“
d. “Pine Tree Lullaby”   
e. “Calls”            
f. “Conclusion”

todas as composições de autoria de Meredith Monk.
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OUÇA O DISCO:


por Daniel Rodrigues

quinta-feira, 16 de julho de 2009

OS 100 MELHORES DISCOS DE TODOS OS TEMPOS

Coloquei no blog o primeiro da minha lista do melhores álbuns de todos os tempos e então agora resolvi listar o resto.
Sei que é das tarefas mais difíceis e sempre um tanto polêmica, mas resolvi arriscar.
Até o 10, não digo que seja fácil, mas a concepção já está mais ou menos pronta na cabeça. Depois disso é que a gente fica meio assim de colocar este à frente daquele, tem aquele não pode ficar de fora, o que eu gosto mais mas o outro é mais importante e tudo mais.
Mas na minha cabeça, já ta tudo mais ou menos montado.
Com vocês a minha lista dos 100 melhores discos de toda a história:



1.The Jesus and Mary Chain “Psychocandy”
2.Rolling Stones “Let it Bleed”
3.Prince "Sign’O the Times”
4.The Velvet Underground and Nico
5.The Glove “Blue Sunshine”
6.Pink Floyd “The Darkside of the Moon”
7.PIL “Metalbox”
8.Talking Heads “Fear of Music”
9.Nirvana “Nevermind”
10.Sex Pistols “Nevermind the Bollocks"

11.Rolling Stones “Exile on Main Street”
12.The Who “Live at Leeds”
13.Primal Scream “Screamadelica”
14.Led Zeppellin “Led Zeppellin IV
15.Television “Marquee Moon”
16.Deep Purple “Machine Head”
17.Black Sabbath “Paranoid”
18.Bob Dylan “Bringing it All Back Home”
19.Bob Dylan “Highway 61 Revisited”
20.The Beatles “Revolver”
21.Kraftwerk “Radioactivity”
22.Dead Kennedy’s “Freshfruit for Rotting Vegettables”
23.The Smiths “The Smiths”
24.The Stooges “The Stooges”
25.Joy Division “Unknown Pleasures”
26.Led Zeppellin “Physical Graffitti
27.Jimmy Hendrix “Are You Experienced”
28.Lou Reed “Berlin”
29.Gang of Four “Entertainment!”
30.U2 “The Joshua Tree”
31.David Bowie “The Rise and the Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”
32.David Bowie “Low”
33.My Bloody Valentine “Loveless”
34.The Stone Roses “The Stone Roses”
35.Iggy Pop “The Idiot”
36.The Young Gods “L’Eau Rouge”
37.The 13th. Floor Elevators “The Psychedelic Sounds of The 13th. Floor Elevators”
38.The Sonics “Psychosonic”
39.Ramones “Rocket to Russia”
40.The Beatles “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”
41.PIL “Album”
42.REM “Reckoning”
43.Love “Forever Changes”
44.Madonna “Erotica”
45.Grace Jones “Nightclubbing”
46.Pixies “Surfer Rosa”
47.Pixies “Doolitle”
48.Rolling Stones “Some Girls”
49.Michael Jackson “Off the Wall”
50.Michael Jackson “Thriller”
51.Beck “Odelay”
52.Nine Inch Nails “Broken”
53.The Fall “Bend Sinister”
54.REM “Green”
55.Neil Young and the Crazy Horse “Everybody Knows This is Nowhere”
56.Kraftwerk “Trans-Europe Expreess”
57.The Smiths “The Queen is Dead”
58.New Order “Brotherhood”
59.Echo and The Bunnymen” Crocodiles”
60.Prince “1999”
61.Morrissey “Viva Hate”
62Iggy Pop “Lust for Life”
63.Pixies “Bossanova”
64.Chemical Brothers “Dig Your Own Hole”
65.Prodigy “Music For Jilted Generation”
66.Van Morrisson “Astral Weeks”
67.Pink Floyd “Wish You Were Here”
68.Muddy Waters “Electric Mud”
69.Sonic Youth “Dirty”
70.Sonic Youth “Daydream Nation”
71.Nirvana “In Utero”
72.Björk “Debut”
73.Nirvana “Unplugged in New York”
74.Björk “Post”
75.Jorge Ben “A Tábua de Esmeraldas”
76.Metallica ‘Metallica”
77.The Cure "Disintegration"
78.The Police ‘Reggatta de Blanc”
79.Siouxsie and the Banshees “Nocturne”
80.Depeche Mode “Music for the Masses”
81.New Order “Technique”
82.Ministry “Psalm 69”
83.The Cream “Disraeli Gears”
84.Depeche Mode Violator”
85.Talking Heads “More Songs About Building and Food”
86.The Stranglers “Black and White”
87.U2 “Zooropa”
88.Body Count “Body Count”
89.Massive Attack “Blue Lines”
90.Lou Reed “Transformer”
91.Sepultura “Roots”
92.John Lee Hooker “Hooker’n Heat”
93.The Cult “Love”
94.Dr. Feelgood “Malpractice”
95.Red Hot Chilli Peperrs “BloodSugarSexMagik”
96.Guns’n Roses “Appettite for Destruction”
97.The Zombies “Odessey Oracle”
98.Johnny Cash “At Folson Prison”
99.Joy Division “Closer”
100.Cocteau Twins “Treasure”

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Música da Cabeça - Programa #185


Deram uma batida no QG do Música da Cabeça e nada de achar dinheiro na cueca, só música por todo lado. O programa vem assim hoje: sem nada a esconder, tal como a música de Björk, Richie Valens, Caetano Veloso, Devo, Banda de Pífaros de Caruaru, Billie Holiday, Mutantes e mais. Nos quadros, "Sete-List", "Palavra, Lê" e "Música de Fato" em ritmo de "Marcha da Cueca". Ficha limpa o MDC de hoje, 21h, na incorruptível Rádio Elétrica. Produção, apresentação e alguns reais (na carteira): Daniel Rodrigues.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2020

 


Corre pro abraçaço, Caetano!
Você tá na liderança.

Como de costume, todo início de ano, organizamos os dados, ordenamos as informações e conferimos como vai indo a contagem dos nossos  ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, quem tem mais discos indicados, que país se destaca e tudo mais. Se 2020 não foi lá um grande ano, nós do Clyblog não podemos reclamar no que diz repsito a grandes discos que apareceram por aqui, ótimos textos e colaborações importantes. O mês do nosso aniversário por exemplo, agosto, teve um convidado para cada semana, destacando um disco diferente, fechando as comemorações com a primeira participação internacional no nosso blog, da escritora angolana Marta Santos, que nos apresentou o excelente disco de Elias Dya Kymuezu, "Elia", de 1969
A propósito de país estreante nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, no ano que passou tivemos também a inclusão de belgas (Front 242) e russos (Sergei Prokofiev) na nossa seleta lista que, por sinal, continua com a inabalável liderança dos norte-americanos, seguidos por brasileiros e ingleses. 
Também não há mudanças nas décadas, em que os anos 70 continuam mandando no pedaço; nem no que diz respeito aos anos, onde o de 1986 continua na frente mesmo sem ter marcado nenhum disco nessa última temporada, embora haja alguma movimentação na segunda colocação.
A principal modificação que se dá é na ponta da lista de discos nacionais, onde, pela primeira vez em muito tempo, Jorge Ben é desbancado da primeira posição por Caetano Veloso. Jorge até tem o mesmo número de álbuns que o baiano, mas leva a desvantagem de um deles ser em parceria com Gil e todos os de Caetano, serem "solo". Sinto, muito, Babulina. São as regras.
Na lista internacional, a liderança continua nas mãos dos Beatles, mas temos novidade na vice-liderança onde Pink Floyd se junta a David Bowie, Kraftwerk e Rolling Stones no segundo degrau do pódio. Mas é bom a galera da frente começar a ficar esperta porque Wayne Shorter vem correndo por fora e se aproxima perigosamente.
Destaques, de um modo geral, para Milton Nascimento que, até este ano não tinha nenhum disco na nossa lista e que, de uma hora para outra já tem dois, embora ambos sejam de parcerias, e falando em parcerias, destaque também para John Cale, que com dois solos, uma parceria aqui, outra ali, também já chega a quatro discos indicados nos nossos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.

Dá uma olhada , então, na nossa atualização de discos pra fechar o ano de 2020:



PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk, Rolling Sones e Pink Floyd: 5 álbuns cada
  • Miles Davis, Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Wayne Shorter e John Cale*  **: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Bob Dylan e Lou Reed**: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Grant Green e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum  Brian Eno e John Cale , ¨Wrong Way Out"
**contando com o álbum Lou Reed e John Cale,  "Songs for Drella"



PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Caetano Veloso: 5 álbuns
  • Jorge Ben: 5 álbuns *
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Chico Buarque: 4 álbuns
  • Gal Costa, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**,, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão, Sepultura e Milton Nascimento**** : todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"
*** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto" ****
contando com os álbuns Milton Nascimento e Criolo, "Existe Amor" e Milton Nascimento e Lô Borges, "Clube da Esquina"



PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 3
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 90
  • anos 70: 132
  • anos 80: 110
  • anos 90: 86
  • anos 2000: 13
  • anos 2010: 13
  • anos 2020: 1


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1985, 1969 e 1977: 17 álbuns
  • 1967, 1973 e 1976: 16 álbuns cada
  • 1968 e 1972: 15 álbuns cada
  • 1970, 1971, 1979 e 1991: 14 álbuns
  • 1975, e 1980: 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1964, 1987,1989 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1966, 1978 e 1990: 10 álbuns cada



PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 171 obras de artistas*
  • Brasil: 131 obras
  • Inglaterra: 114 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país
(em caso de parcerias de artistas de páises diferentes, conta um para cada)

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2023

 



Rita e Sakamoto nos deixaram esse ano
mas seus ÁLBUNS permanecem e serão sempre
FUNDAMENTAIS
Chegou a hora da nossa recapitulação anual dos discos que integram nossa ilustríssima lista de ÁLBUNS FUNDAMENTAIS e dos que chegaram, este ano, para se juntar a eles.

Foi o ano em que nosso blog soprou 15 velinhas e por isso, tivemos uma série de participações especiais que abrilhantaram ainda mais nossa seção e trouxeram algumas novidades para nossa lista de honra, como o ingresso do primeiro argentino na nossa seleção, Charly Garcia, lembrado na resenha do convidado Roberto Sulzbach. Já o convidado João Marcelo Heinz, não quis nem saber e, por conta dos 15 anos, tascou logo 15 álbuns de uma vez só, no Super-ÁLBUNS FUNDAMENTAIS de aniversário. Mas como cereja do bolo dos nossos 15 anos, tivemos a participação especialíssima do incrível André Abujamra, músico, ator, produtor, multi-instrumentista, que nos deu a honra de uma resenha sua sobre um álbum não menos especial, "Simple Pleasures", de Bobby McFerrin.

Esse aniversário foi demais, hein!

Na nossa contagem, entre os países, os Estados Unidos continuam folgados à frente, enquanto na segunda posição, os brasileiros mantém boa distância dos ingleses; entre os artistas, a ordem das coisas se reestabelece e os dois nomes mais influentes da música mundial voltam a ocupar as primeiras posições: Beatles e Kraftwerk, lá na frente, respectivamente. Enquanto isso, no Brasil, os baianos Caetano e Gil, seguem firmes na primeira e segunda colocação, mesmo com Chico tendo marcado mais um numa tabelinha mística com o grande Edu Lobo. Entre os anos que mais nos proporcionaram grandes obras, o ano de 1986 continua à frente, embora os anos 70 permaneçam inabaláveis em sua liderança entre as décadas.

No ano em que perdemos o Ryuichi Sakamoto e Rita Lee, não podiam faltar mais discos deles na nossa lista e a rainha do rock brasuca, não deixou por menos e mandou logo dois. Se temos perdas, por outro lado, celebramos a vida e a genialidade de grandes nomes como Jards Macalé que completou 80 anos e, por sinal, colocou mais um disco entre os nossos grandes. E falando em datas, se "Let's Get It On", de Marvin Gaye entra na nossa listagem ostentando seus marcantes 50 anos de lançamento, o estreante Xande de Pilares, coloca um disco entre os fundamentais logo no seu ano de lançamento. Pode isso? Claro que pode! Discos não tem data, música não tem idade, artistas não morrem... É por isso que nos entregam álbuns que são verdadeiramente fundamentais.
Vamos ver, então, como foram as coisas, em números, em 2023, o ano dos 15 anos do clyblog:


*************


PLACAR POR ARTISTA (INTERNACIONAL)

  • The Beatles: 7 álbuns
  • Kraftwerk: 6 álbuns
  • David Bowie, Rolling Sones, Pink Floyd, Miles Davis, John Coltrane, John Cale*  **, e Wayne Shorter***: 5 álbuns cada
  • Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Bob Dylan e Lee Morgan: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, Van Morrison, R.E.M., Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden , U2, Philip Glass, Lou Reed**, e Herbie Hancock***: 3 álbuns cada
  • Björk, Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Dexter Gordon, Philip Glass, PJ Harvey, Rage Against Machine, Body Count, Suzanne Vega, Beastie Boys, Ride, Faith No More, McCoy Tyner, Vince Guaraldi, Grant Green, Santana, Ryuichi Sakamoto, Marvin Gaye e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum  Brian Eno e John Cale , ¨Wrong Way Out"

**contando com o álbum Lou Reed e John Cale,  "Songs for Drella"

*** contando o álbum "Five Star', do V.S.O.P.



PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Caetano Veloso: 7 álbuns*
  • Gilberto Gil: * **: 6 álbuns
  • Jorge Ben e Chico Buarque ++: 5 álbuns **
  • Tim Maia, Rita Lee, Legião Urbana, Chico Buarque,  e João Gilberto*  ****, e Milton Nascimento*****: 4 álbuns
  • Gal Costa, Titãs, Paulinho da Viola, Engenheiros do Hawaii e Tom Jobim +: 3 álbuns cada
  • João Bosco, Lobão, João Donato, Emílio Santiago, Jards Macalé, Elis Regina, Edu Lobo+, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Ratos de Porão, Roberto Carlos, Sepultura e Baden Powell*** : todos com 2 álbuns 


*contando com o álbum "Brasil", com João Gilberto, Maria Bethânia e Gilberto Gil

**contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"

*** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"

**** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"

***** contando com os álbuns Milton Nascimento e Criolo, "Existe Amor" e Milton Nascimento e Lô Borges, "Clube da Esquina"

+ contando com o álbum "Edu & Tom/ Tom & Edu"

++ contando com o álbum "O Grande Circo Místico"



PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 3
  • anos 40: -
  • anos 50: 121
  • anos 60: 100
  • anos 70: 160
  • anos 80: 139
  • anos 90: 102
  • anos 2000: 18
  • anos 2010: 16
  • anos 2020: 3


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 24 álbuns
  • 1977 e 1972: 20 álbuns
  • 1969 e 1976: 19 álbuns
  • 1970: 18 álbuns
  • 1968, 1971, 1973, 1979, 1985 e 1992: 17 álbuns
  • 1967, 1971 e 1975: 16 álbuns cada
  • 1980, 1983 e 1991: 15 álbuns cada
  • 1965 e 1988: 14 álbuns
  • 1987, 1989 e 1994: 13 álbuns
  • 1990: 12 álbuns
  • 1964, 1966, 1978: 11 álbuns cada



PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 211 obras de artistas*
  • Brasil: 159 obras
  • Inglaterra: 126 obras
  • Alemanha: 11 obras
  • Irlanda: 7 obras
  • Canadá: 5 obras
  • Escócia: 4 obras
  • Islândia, País de Gales, Jamaica, México: 3 obras
  • Austrália e Japão: 2 cada
  • Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola, Nigéria, Argentina e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país
(em caso de parcerias de artistas de países diferentes, conta um para cada)