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sábado, 5 de agosto de 2017

"Personal Shopper", de Olivier Assayas (2016)


Ainda estou entendendo o filme. "Personal Shopper" surpreende apesar de ser tão indefinido. Não sei se essa confusão será positiva para todo mundo, mas particularmente gostei. O brincar com sobrenatural sempre me assusta mas quando feito de maneira inteligente, me cativa. Mas, não, o longa não é essa coisa de horror que você está pensando.
Maureen (Kristen Stewart) é uma jovem que mora em Paris e trabalha como “personal shopper” para uma celebridade local. Ela tem uma capacidade especial para se comunicar com o mundo dos mortos e dividia esse dom com seu irmão, recém-falecido, que parece estar querendo enviar uma mensagem para o mundo dos vivos.
É uma obra muito bem pensada mas sua execução acaba tropeça em alguns pontos. Tenta ser muitas coisas ao mesmo tempo sem trabalhar bem suas ideias e suas construções. Quer ser um thriller de suspense mas acaba sendo raso, tenta ser uma obra com teor sobrenatural, até inicia bem neste sentido, cria expectativas, mas não as atinge. Sim, entendo que a parte de fantasmas é mais psicológica do que sobrenatural mas isso não fica claro e acaba não sendo explorado pois quado isso pode acontecer, surge um assassinato e a busca do assassino muda o foco do filme.
Sim, ela é uma ótima atriz.
(Me nota, crush!)
Kristen Stewart, está espetacular, assim como estava em “Acima das Nuvens” em sua parceira anterior com o diretor Olivier Assayas. É um papel melancólico, perturbado, de uma atuação física espetacular. O drama psicológico da personagem também é muito bem entregue. Olha! Essa atriz me surpreende a cada dia. A fotografia do longa merece um destaque, sempre puxando para tons mais escuros, ambientes com pouca luz, o que só aumenta nossa tensão em algumas cenas (o popular cagaço).
Apesar de indeciso, o que o torna um tanto arrastando, “Personal Shopper”, consegue entregar um produto agradável fazendo o espectador refletir sobre ele, principalmente em seus 10 minutos finais. Temos uma protagonista que apesar de viver num mundo de futilidade, se mostra totalmente o aposto disso, completamente desapegada. Ao mesmo tempo tem uma vontade ser diferente, nem que seja por alguns minutos pertencer "àquele" mundo. Esse drama/dilema, de estar dividida entre mundos; glamour-desapego, vivo-morto; que se passa na cabeça de Maureen, apesar de confuso é interessante de se assistir. Os momentos em que “Personal Shopper” brinca com terror, no início com a casa abandonada, e o suspense na sequência de troca de mensagens por celular, são incríveis. O filme apenas se perde em querer mostrar muita coisa e não explorar nenhuma por completo. No entanto, prepare-se para ficar pelo menos uma noite pensando neste filme.
O que são essas mensagens no celular? "Mano do céu!"


por Vagner Rodrigues