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sábado, 28 de abril de 2018

"Contos do Rock", organização de Daniel Ferro - ed. Dublinense (2017)




"Pessoalmente pra mim é uma viagem no tempo.
Vai ser sempre uma maneira rápida, simples e prazerosa
de lembrar de uma das partes mais legais de estar na estrada,
contando e ouvindo histórias dos amigos do rock."
Daniel Ferro



Originado pelo programa de TV, no canal Multishow, o livro "Contos do Rock", organizado pelo apresentador Daniel Ferro, traz historietas, casos, curiosidades narradas por artistas da música, na estrada, no palco, nos bastidores, nos estúdios, enfim, no meio musical. O resultado, enquanto publicação é bastante decepcionante, uma vez que apenas reproduz os acontecimentos já relatados no programa e, provavelmente por terem sido veiculados originalmente na TV, parecem ter muito cuidado com o teor e o conteúdo do que é contado.
Quem é acostumado com biografias e publicações relacionadas a música com certeza já leu ou ouviu casos muito mais instigantes, impressionantes, picantes, perturbadores, assustadores, cabeludas do que os que são colocados ali por grande nomes do pop-rock nacional. Historinhas muito papai-e-mamãe que no máximo conseguem arrancar do leitor um sorrisinho amarelo ou um "legal!"pouco entusiasmado. Além disso, a opção pela transposição do material das entrevistas do programa para o formato livro de forma praticamente literal, contribui para a falta de qualidade da publicação ocasionando uma excessiva coloquialidade em muitos momentos, soando mais a desleixo e falta de cuidado com o produto final do que a uma má escolha editorial. Sabe aquele jeito do Dinho Ouro-Preto falar, por exemplo? O relato dele está escrito praticamente daquela maneira que ele fala, "... cara, tipo, e aí a gente, tipo, cara...". Não só o dele como o de outros artistas, às vezes, acreditem, menos articulados ainda.
Pra não dizer que em mais de cinquenta crônicas não teve nada que prestasse, me chamaram atenção em especial os perrengues do Sepultura pela Ásia tocando em um palco de bambu, provando comidas exóticas e tomando sangue de cobra; a perseguição de motoqueiros à Falange Moulin Rouge das loiras de Fausto Fawcett, quando a delegada Marinara teve que mostrar quem era a lei; o "roubo" de Nasi, do disco de ouro do próprio Ira! da sede da gravadora; e mais alguma que outra que nem me marcou muito. No mais,... vale pela curiosidade. Talvez nem isso.


Cly Reis

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