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segunda-feira, 25 de julho de 2016

cotidianas #451 - Sequestro



arte: Cly Reis
O telefone tocou.
Quem seria àquela hora?
Levantou da cama como pôde, calçou as pantufas, enrolou-se no hobby, e praticamente se arrastando, foi atender o mais rápido possível à inconveniente ligação para que aquele barulho estridente cessasse o quanto antes.
Ainda de olhos fechados, tirou o fone do gancho:
- Alô... - conseguiu pronunciar a muito custo já esperando uma resposta que justificasse a interrupção de seu sono no meio da madrugada.
Uma voz nervosa e agitada apresentou-se do outro lado da linha:
- Olha aqui, cara, tamo com a tua mulher. Queremo 50 mil Reais pelo resgate ou a gente acaba com ela...
- Peraí, amigo, - tentou tranquilizar o homem acordado por aquela ligação - Você sabe que horas são?
- Não me interessa, cara! Se tu não pagá o que a gente quer tu nunca mais vai vê ela. Nunca mais, entendeu?
- Olha só, amigo,- voltando a tentar conduzir a conversa com serenidade - minha mulher tá aqui, tá lá na cama dormindo, vamos parar com isso, são 3:30 da manhã. Mas vamos fazer o seguinte: gostei da tua ideia. A ideia é boa. Me liga amanhã de manhã que a gente conversa.

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