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sábado, 13 de junho de 2015

O Dia Em Que O Candomblé Influenciou os Rolling Stones



Em uma sexta-feira qualquer de 1968 depois de beber uma garrafa e meia de Jim Beam, Mick Jagger invadiu bêbado e meio "alto" a uma terreira de Candomblé em Salvador na Bahia. Ao seu lado o fiel escudeiro e não menos doidão Keith Richards e sua namorada Anita Pallenberg. Mick trazia a tiracolos Marianne Faithful sua atual companheira e que tinha simpatia pelos ritos africanos.
Jagger pediu permissão ao Exu e todos adentraram a terreira, poucos sabiam de quem se tratava, apenas diziam um "gringo" quer participar. O pai de santo permitiu e viu parte da trupe dos Stones ficar doida e encantada com o batuque. Keith já tinha visto algo parecido em New Orleans, degolar uma galinha ou um cordeiro era normal no vudú, mas um banquete de alimentos tão grande ele jamais tinha visto em ritual algum. Richards perguntou se podia tocar o atabaque, ele não conhecia esse instrumento, com a permissão da casa o músico acostumado as guitarras deu um show na percussão. Enquanto isso Mick e os demais seguiam dançando com a benção dos Orixás, Inquices e Exus. Em junho daquele ano, os Rolling Stones lançavam o álbum "Beggars Banquet", com uma capa que mostrava desordem, desobediência, falta de higiene ou apego as tradições. A canção que abre o disco começa com atabaques africanos e um grito. Na voz, um homem se dizendo rico e de bom gosto, e que está há tempos zanzando pelo mundo. Inspirado pelo romance soviético "O Mestre e a Margarida", da década de 20, mas traduzido para o inglês pela primeira vez em 1967, Mick Jagger escreveu a letra como se fosse o diabo conversando com o ouvinte, contando de sua vida e esperando ansiosamente que você adivinhasse quem ele era. Era para ser uma canção folk completamente inspirada em Bob Dylan, com aquele violão e a voz rasgada. Mas Keith Richards pensou que seria muito mais interessante se o som viesse travestido de samba, como se fosse um ritual afro ou do candomblé. Daí veio a percussão repetida, catártica, hipnotizante, que não sobe e não desce, mas que permanece quente o tempo todo, deixando o couro comer, as pernas baterem umas nas outras. Mick e Keith agora não eram somente os Stones, eram o próprio capiroto e faziam nascer uma tal canção demoníaca chamada "Sympathy for the Devil" que ia chocar a sociedade da época por seu conteúdo satânico com influência Brazuca.
Saravá.


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