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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

"Interestelar", de Christopher Nolan (2014)


Fiz as pazes com a ficção-científica



Estaria Kubrick por trás disso?


Alô, meus caríssimos Kubrick, Arthur C. Clarke, Stephen Hawking, Newton, Einstein, Carl Sagan, Erich von Daniken, Asimov, Nietzsche e Padre Quevedo: vocês já assistiram Interestelar, né!? Não viram? Ainda não? Puuuts! Eu jurava que vocês estavam por trás desse colosso! Bueno, então corram aos cinemas. Obrigado, Nolan. Reatei com a ficção-científica. O problema vai ser achar algo melhor nos próximos 50 anos (se bem que o tempo é algo relativo)...



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Grandiloquência Vazia


Nem bom elenco salva o pretensioso filme de Nolan
Um dos filmes mais falados dos últimos tempos é “Interestelar”, de Christopher Nolan, diretor de “Amnésia” e “Insônia”. Depois destes dois grandes momentos da sua filmografia, vem a trilogia do "Batman - Cavaleiro das Trevas" , onde a pretensão em transformar um herói de histórias em quadrinhos num ser filosófico já deixava transparecer os arroubos de pedantismo. Na sequência, veio uma prova desta pretensão, "A Origem", um banho visual tentando segurar uma história banal. Pois, “Interestelar” sofre do mesmo mal. Embalado num visual realmente arrebatador – inclusive nas locações na Islândia -, o filme de Nolan peca por querer empurrar uma teoria fajuta de “dobra do tempo”, “buraco negro como passagem para um universo paralelo”, em que tudo está acontecendo agora, no passado e no futuro. È só uma questão de encontrar o ponto certo onde estes “momentos” se encontram. Como diriam os americanos, “bullshit”!! Centrado neste fiapo de “ciência física”, “Interestelar” acaba por ser mais um filme interminável que poderia ter sua “ação” reduzida em, no mínimo, meia hora. Mesmo utilizando grandes atores, como Matthew McConaughey, Jessica Chastain e Michael Caine e a média Anne Hathaway, o filme se demora a decolar literalmente, querendo explicar a história de uma busca de outro planeta, já que a Terra está condenada pelo ataque de pragas na monocultura do milho. As primárias comparações com o obra-prima de Stanley Kubrick, "2001 - Uma Odisséia no Espaço" só podem ter sido feitas pelos marqueteiros tanto da Paramount quanto da Warner Bros, que dividem os direitos de distribuição. Não se sustenta enm ao primeiro olhar. Tudo é feito para impressionar. E impressiona: a música de Hans Zimmer, a fotografia do sueco Hoyte Van Hoytema, os efeitos visuais. O problema é que a teoria que carrega esta função toda é muito furada e faz com que o filme se arraste demoradamente na tela, feito um paquiderme cansado. No final das contas, o papo pseudo-metafísico tenta esconder o melodrama de superação das barreiras entre pai e filha e a patriotada da onipresente bandeira norte-americana. Mas não consegue. E pensar que, com muito menos dinheiro e com histórias mais verdadeiras, "Relatos Selvagens" de Damián Szifron consegue chegar e se consagrar junto ao público. “Interestelar” não. Nolan poderia guardar todo este dinheiro e toda esta pretensão para voltar a fazer filmes interessantes. Mas parece que ele se contenta em destilar grandiloquência vazia.



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