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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

cotidianas #194 - Poema do Fim do Mundo


Autorizo-te:
A dizimar meu povo
Reduzi-lo a pó
A envenenar neste teu rico cálice
Isso quando o dia anoitecer...
Vênus entre o Sol ea Terra

 Acaba com minha gente
Inverta a rotação da Terra
E depois, feito pião, solte-o a rodopiar pelo espaço
Estatelando-se na primeira lua de Júpiter
Calcinando-se perto do Sol
Perdendo-se na neblina das nebulosas
E para além do azul infinito-falseado de Urano
Vai, decepe-me
Pedaços aqui e acolá, impossíveis de, juntos de novo, voltarem a montar a mesma coisa
Faça com que eu saia, sim, com aquela sensação de membros dormentes
De olhos que mal se abrem
Pensamentos que caem no ilógico imediato
Não é mesmo aqui que quero ficar
Isso aqui já não me interessa
Quero é aquele outro plano, o outro plano
(Sabes bem de onde estou falando!)
Ademais, não se tem mais cura
Acomodo-me no melhor travesseiro
A esperar, olhos fechados
A vacina já foi dada
Micróbio do próprio veneno
Tens meu aval (e desejo):
Acabe com meu mundo
Tal como só tu o podes
Do jeito que tão bem fazes
Me deixando com aquela sensação
De que o dia seguinte nem precise raiar.
...................................................................................


"Poema do Fim do Mundo"

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