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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

"A Invenção de Hugo Cabret", de Martin Scorsese (2011)




Com cinco minutos de filme eu estava impaciente...
Com meia-hora de filme eu já estava cansado.
Passada uma hora eu já me encontrava, era sim, irritado.
O autômato:
uma usina para acender
uma lâmpada.
Nossa, que filme cansativo. Sim, mesmo com toda aquele freneticismo e correira o aclamado "A Invenção de Hugo Cabret", de Martin Sorsese, um dos melhores diretores de cinema de todos os tempos, é um pé-no-saco!. O desgaste não se dá pelo ritmo alucinate que a ação traz em grande parte do tempo, com as peripécias do menino, as perseguições na estação, a dinâmica de filmagem, mas pelo fato de que tudo isso, durante grande parte do tempo, não leva a nada. O filme demora demais para se desenvolver e sem justificativa aceitável. Não é nem em nome de uma paciência de Kurosawa , nem de uma enrolação de Tarantino, de uma contemplabilidade de um Tarkovsky, nem de um intelctualismo de um Godard, da profundidade de um Bergman... Não. Scorcese simplesmente perde tempo! Desperdiça mais de uma hora no desenvolvimento da situação do autômato para uma conclusão, deste elemento em particular, absolutamente decepcionante e de importância discutível (para não dizer dispensável) dentro de todo o contexto.
Mas não quero me fixar só do arrastamento da história. Não é só por isso que o filme é ruim: a trama é mal desenvolvida, as situações são clichês, os diálogos são bobos, os personagens excessivamente caricatos, o roteiro é fraco, as melhores características do diretor ficam apagadas. Martin Scorsese, diretor que volta e meia tenta atirar em outras direções (veja-se "Na Época da Inocência", "A Última Tentação de Cristo", "A Ilha do Medo") desta vez, tentando fazer um filme que atingisse um público diferente do seu habitual, acostumado a crueis banhos de sangue e viganças, acabou por fazer mesmo um filme INFANTIL na acepção mais completa do termo. "Ah, mas é uma declaração de amor ao cinema"... Não, não! Pode parar! Já vi homenagens mais simplórias, mais limitadas, sem toda aquela parafernália visual e bem mais objetivas, inteligentes e emocionantes do que essa. Nem as referências cinematográficas conseguem ter força o suficiente e na melhor das hipóteses, talvez, consigam excitar algum cionéfilo neófito. O que vale mesmo são os trechos dos filmes do grande homenageado, Georges Mélliès, mas que, convenhamos, não precisavam estar dentro de outro filme para se justificar e valer pelo que são.
Sinceramnte não entendi o porquê de tamanha reverenciação em torno deste filme que para mim é um dos mais fracos deste diretor, do qual sou grande admirador. Mas, como trata-se um diretor de mais acertos que erros, resta esperar que se recupere no próximo. Certamente o fará. E estarei ansioso à espera.

Cly Reis

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