Curta no Facebook

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Rachmaninoff – Concertos OSPA – Salão de Atos da UFRGS – Porto Alegre - RS




Esta semana estive no 9º Concerto Oficial da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) ouvindo um programa em homenagem a Sergei Rachmaninoff. Não estava lotado, mas havia bastante gente no espaçoso Salão de Atos da UFRGS, mostrando que, mesmo sendo uma programação paga, há público para este tipo de atração em Porto Alegre. Feliz constatação.
Sergei Rachmaninoff
(1873 - 1943)
A orquestra, sob regência do maestro Roberto Tibiriçá, apresentou duas das mais conhecidas obras de Rachmaninoff: Concerto para piano e orquestra nº 2, no qual teve ao piano o excelente André Carrara; e Sinfonia nº 2.
Executado com competência, o Concerto nº 2 é marcado pela dramaticidade e pela força orquestral, tanto que, na primeira parte, o piano é quase coadjuvante. Sua poesia pianística vai ganhando corpo a partir da segunda parte, a mais conhecida do grande público. Numa intensidade crescente, bem ao estilo romântico, o tema é executado de modo sublime pelos sopros, seguido do solo de piano e da interpretação das cordas. E o movimento final, que exige técnica e virtuosismo do pianista, fecha com uma alta carga sentimental. Já a Sinfonia nº 2, considerada a sua melhor junto com a nº 3 é, em alguns momentos, “melada” de tão sentimental, mas a sua composição robusta e cheia de belos momentos, como o engenhoso segundo movimento (Allegro molto) e o final, em alta vibração (Allegro vivace), valem qualquer deslize.
Obras de Rachmaninoff
executadas sob a competente
regência do maestro Roberto Tibiriçá
Radicado nos Estados Unidos a partir da metade da vida, Rachmaninoff teve sua obra bastante utilizada em trilhas de cinema, sendo o próprio Concerto para piano nº 2 o mais aproveitado, sendo “O Pecado Mora ao Lado”, clássico de Billy Wilder com Marilyn Monroe estonteante, o mais conhecido exemplo. E não só as peças originais de Rachmaninoff foram usadas no cinema como, mais do que isso, seu estilo carregado de dramaticidade, gerando sensações de emotividade, tensão, leveza, suspensão, etc, caíram como uma luva para o cinema americano, tornando-se um dos mais fortes inspiradores de trilhas sonoras do cinema clássico, influência facilmente percebida até hoje nos compositores dos filmes de Hollywood.
Ambas as peças apresentadas pela OSPA são exemplo da obra deste maestro e pianista russo, conhecido como o último grande compositor do Período Romântico da linhagem de Mussorgsky, Delyansky e Tchaikovsky (de quem foi aluno). Além da estrutura melódica e composicional romântica, sua música também remete a Chopin e Liszt, outras duas fortes influências. Nascido em família de tradição musical, Rachmaninoff é tido como um dos pianistas mais influentes do Século XX, dotado de uma técnica marcada pela precisão, clareza e velocidade. Seus trejeitos técnicos e rítmicos são lendários, e suas mãos largas eram capazes de cobrir um intervalo muito maior no teclado (um palmo esticado de cerca de 30 centímetros), alcançando quatro teclas a mais do que a maioria dos pianistas. Mas é o seu discernimento entre virtuosismo e estrutura rítmica que o fizeram um concertista equilibrado como instrumentista e compositor tão influente.


Um comentário:

  1. É um verdadeiro enlevo, este concerto para piano nº2, imagino o que deve ser um concerto com músicas ou obras dessa qualidade.Iara.

    ResponderExcluir